O governo do Estado da Renânia do Norte Westfalia, na Alemanha, está a exigir que a Nokia devolva os 41 milhões de euros em subsídios públicos que recebeu para financiar uma fábrica que agora pretende fechar. O anúncio foi feito pelas autoridades da cidade onde a fábrica está instalada.



De acordo com a agência noticiosa DPA, desde a instalação da fábrica, em 1987, até 2006, o Estado de Renânia do Norte Westfalia canalizou vários subsídios para a fábrica da Nokia, que se comprometia a empregar 2,860 mil funcionários, algo que, segundo a imprensa local, nunca se confirmou.



Agora o Estado germânico quer que lhe sejam devolvidas as ajudas concedidas à fabricante de telemóveis entre 1998 e 1999.



Por sua vez, a Nokia mostra-se "surpreendida" com o pedido e prefere não valorizar a questão colocada pelo Estado alemão, porque acredita ter agido correctamente. Olli-Pekka Kallasvuo, CEO da empresa, pediu desculpa pelo encerramento da fábrica e frisou que esta era uma medida necessária uma vez que a estrutura faz apenas 6 por cento dos telemóveis da Nokia, mas representa 23 por cento dos custos de produção da empresa.



Em meados de Janeiro, a Nokia causou algum transtorno às autoridades alemãs quando anunciou que iria fechar a fábrica de Bochum migrando as produções para a Roménia e Hungria. Na altura, a fabricante indicava que esta era uma estratégia para a contenção de custos, o que não convenceu o governo da região.



Jürgen Rüttgers, presidente daquela região, chegou a classificar de "inconcebível" a atitude da Nokia depois desta ter "recebido 60 milhões de euros de subsídios regionais", aos quais acresceram "28 milhões das autoridades federais", para depois "quando acaba o prazo legal, dizer obrigado, vamos embora."



Kurt BeckBeck, presidente do Partido Social-Democrata, elevou a contestação a toda a região, através do boicote à Nokia, pedido aos cidadãos para deixarem de comprar equipamentos da marca ou deixar de usar os que já tinham.



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