No âmbito da Semana do Comércio Electrónico, a decorrer até ao final da próxima semana, tem lugar ao longo do dia de hoje em Lisboa a Conferência Aliança Digital 2007. O evento tem como foco principal a adopção da factura electrónica como factor dinamizador da economia nacional e conta com a presença de diversos representantes do Estado e de entidades internacionais que vão apresentar em várias sessões a sua visão sobre as oportunidades criadas pelas TIC.



Alexandre Nilo Fonseca, presidente da Aliança Digital, salientou logo no discurso de abertura a necessidade que existe em Portugal de uma maior aceitação da factura electrónica nas empresas de todos os sectores e em especial junto dos organismos da Administração Pública e dos órgãos do Estado, o "maior comprador a nível nacional".



O responsável frisou os benefícios fiscais, económicos e até ambientais que a migração do papel para os suportes electrónicos tem para toda a cadeia económica do país e para as contas das próprias organizações.



Como líder da associação que em 2005 deu inicio à "iniciativa destinada a proporcionar a disseminação e a implantação da factura electrónica em Portugal", Nilo Fonseca destacou os principais objectivos da Aliança Digital, enumerando-os ao longo da sua intervenção.



Entre os pontos destacados, foram frisadas questões de ordem prioritária para o aumento do negócio digital público e privado português e onde a Aliança Digital pretende actuar, nomeadamente através da "identificação, estudo e promoção do conhecimento generalizado por parte de todos os agentes de mercado (Estado, Empresas e Consumidores) em relação à desmaterialização de documentos, em geral, e à factura electrónica, em particular".



A promoção das boas práticas e de normas na implantação dos processos e tecnologias associadas à factura electrónica, o aconselhamento às empresas - em especial às PMEs - acerca das principais matérias relacionadas com a implementação da factura electrónica, nomeadamente Tecnologia, Fiscalidade, Legislação e Processos de Negócios e o desenvolvimento de um programa de certificação das soluções informáticas de facturação electrónica em articulação com o Estado português, são algumas das metas enumeradas pelo presidente da Aliança Digital.



O presidente da Aliança Digital referiu ainda que "em breve será realizado um estudo de impacto de aceitação e adopção da factura electrónica em Portugal" e que está em análise o trabalho num Guia De Remessa Electrónica, um projecto que "pode ser um desafio interessante" para o país. O estabelecimento de um protocolo com uma universidade nacional para o ensino do e-learning é outro dos objectivos da organização.



Luís Magalhães, presidente da UMIC destacou também na sua intervenção o apoio à inovação tecnológica e ao comércio electrónico como vectores "fundamentais" de impacto económico nacional indicando que a adopção de estratégias digitais causa reduções de custos na ordem das centenas de milhares na administração Pública.



O responsável salientou o caso da Dinamarca como o único país europeu a assegurar a factura electrónica como uma realidade e frisou que é objectivo de todos os intervenientes no processo digital chegar a um panorama semelhante em Portugal.



Perto do final da manhã, Mariano Gago, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, falou da sua perspectiva sobre a temática em análise referindo que "a política para a sociedade da informação abriu a porta para a colaboração entre organismos". O membro do Governo refere que actualmente "ainda há muitos problemas por resolver" mas que "hoje estamos numa situação diferente com muitas empresas a utilizar o sistema electrónico".



Mesmo assim, Mariano Gago destacou que a "integração do sistema digital na Administração Pública deveria ser mais rápida". Contudo, essa realidade "depende dos modelos de negócio de cada um" e "a rigidez do modelo de negócio da AP leva a uma aceitação mais lenta o que não acontece no lado empresarial privado".



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