Apesar da existência de infraestruturas, são ainda muitas as micro, pequenas e médias empresas que continuam afastadas da utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação no seu negócio, um cenário que o Governo quer alterar. "As estatísticas mostram que apesar da elevada utilização da Internet na sociedade portuguesa, grande parte das micro e pequenas empresas não estão a utilizar as TIC. 99% do nosso tecido económico são PME e 90% destas são micro empresas que não estão preparadas para tirar partido da Economia Digital", afirmou hoje Carlos Oliveira, secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação.

É para estas empresas que o Governo, em conjunto com o IAPMEI e a ACEPI, lançou uma nova iniciativa, designada PME Digital, que tem por objetivo dar acesso à Economia Digital a mais de 30 mil micro e pequenas, no espaço de 3 anos, fornecendo pacotes de ferramentas, serviços e formação que ajudem a criar um site, uma loja online e a adquirir software que ajude a dinamizar o seu negócio.

As áreas de comércio, serviços, hotelaria, indústria e outros sectores de utilização mais intensiva de tecnologia são os principais alvos deste programa que envolve 15 parceiros privados, empresas que apresentaram mais de 30 soluções que constituem o pacote de ofertas já disponíveis para as PMEs.

"Ao estimular o uso destas ferramentas potenciamos o desenvolvimento da competitividade e produtividade das empresas, o acesso a novos mercados e o desenvolvimento do comércio eletrónico", detalhou o secretário de estado, acrescentando que os pacotes têm também uma componente de formação, que é muito necessária nestas empresas.

O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, salientou que esta iniciativa se enquadra nos planos de reindustrialização e competitividade da Economia Portuguesa, afirmando que pode ter um impacto muito significativo na competitividade do tecido empresarial, ajudando a ultrapassar a crise. "As empresas têm agora à sua disposição um conjunto alargado e personalizado de soluções que até agora só estavam disponíveis para grandes empresas", lembrou.

Do lado da ACEPI, parceira da iniciativa, Alexandre Nilo Fonseca realçou a importância de estimular a inclusão das PMEs na Economia Digital e da utilização das TIC como fator decisivo para o aumento de competitividade.

A Associação do Comércio Electrónico e Publicidade Interactiva tinha feito um estudo prévio sobre os fatores que impediam a entrada das empresas no mundo digital, que se centravam sobretudo na complexidade das ofertas, preço, disponibilidade local, promoção e pessoas, e acredita que com o PME Digital estão criadas as condições para ultrapassar essas barreiras.

Foram criadas três ofertas, alinhadas com diferentes tipos de maturidade tecnológica, necessidades e capacidade de investimento, sendo possível começar por criar uma presença online, avançar com a criação da loja online ou adquirir uma solução mais completa de produtividade. Estão ainda disponíveis serviços complementares de acesso à Internet, integração em plataformas de negócios B2B ou B2G, serviços de gestão de negócios e de certificação de site e loja online.

No site PME Digital as empresas podem começar por identificar as suas necessidades através da resposta a um pequeno inquérito que resulta no aconselhamento das soluções mais adequadas ao seu negócio e o acesso à oferta das 15 empresas envolvidas na iniciativa.

As empresas que participam no PME Digital são a Zon, Vortal, Vodafone, Portugal Telecom, Microsoft, Primavera, Caixa Mágica, PHC, Optimus, IOL, GlobaZ, Gatewit, Amen, CTT e Unicre.

A iniciativa vai agora ser promovida através de workshps a realizar em 18 distritos, entre os dias 16 de novembro e 28 de fevereiro de 2013. Neste processo estão envolvidas 40 associações empresariais e prevê-se a participação de 4 mil PMEs. O calendário das ações já está disponível no site.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Fátima Caçador