Apesar de pretender reduzir o número de postos de trabalho em alguns
milhares, a Hewlett-Packard
está igualmente a oferecer fortes incentivos financeiros a cerca de 6.000
empregados que deseja manter caso a fusão com a Compaq Computer se verifique.



Num documento entregue recentemente à Securities and Exchange Commission, a HP afirmou que irá
oferecer como bónus aos funcionários metade do seu salário mais um
"target bonus". O montante será pago em duas fases, a primeira no
fecho do acordo e a segunda um ano depois.



Se todos os funcionários seleccionados para ficar aceitarem o acordo
proposto, a HP estima pagar 168,5 milhões de dólares (189,9 milhões de euros
ou 38 milhões de contos) em cada fase. Se a fusão não se concretizar, o
programa de incentivos é suspenso.



Um responsável da HP, citado pela CNET, afirmou que a empresa quis salientar a existência de
incentivos financeiros porque pretendia deixar claro que está a tentar
evitar uma situação que acontece tradicionalmente durante a fusão de
empresas: perder funcionários de grande valor entre a incerteza criada pelos
processos. "Isto irá ajudar a reter empregados importantes na nova HP",
explicou o responsável.



A Compaq tem um programa semelhante para os seus trabalhadores,
oferecendo 242 milhões de dólares (272,7 milhões de euros ou 54,6 milhões de
contos) em bónus de retenção por dois anos para um número não especificado
de funcionários de cargos não executivos.



Embora a HP pense que a receita combinada das duas empresas irá
diminuir em aproximadamente 5 por cento, prevê que com o corte nas despesas
o valor das acções suba entre 5 a 9 dólares (6 e 10 euros ou 1.130 e 2.030
escudos) por acção.



No documento entregue ontem, a HP tentou igualmente reforçar o
aspecto financeiro da fusão, argumentando as implicações do negócio. A
empresa afirma que os 2,5 mil milhões de dólares que pensa poupar com a
redução de despesas não implicam necessariamente que a futura empresa perca
cerca de 25 por cento das suas receitas para superar este valor de corte nos
custos.



A HP e a Compaq, que tinham ambas procedido ao despedido de milhares
de trabalhadores em meses recentes, afirmaram que pretendem reduzir mais
15.000 postos de trabalho assim que o processo de fusão esteja completo.



Desde que foi divulgado, o negócio tem sido alvo de ataques de
várias frentes, nomeadamente pela parte de William Hewlett e David Packard,
descendentes dos fundadores da HP que entre eles detêm 18 por cento das
acções da empresa.



Entretanto as duas empresas continuam a tentar reunir as aprovações
regulamentares para o negócio. A União Europeia deverá apresentar um parecer
no próximo dia 21 de Janeiro. Mediante os procedimentos comunitários, a UE
poderá nesse mesmo dia aprovar ou não a fusão ou requerer mais informação
sobre o negócio, segundo um responsável da Compaq. Ao que tudo indica, as
entidades reguladoras no Canadá já aprovaram o negócio e as duas empresas
procuram agora requerer parecer positivo da Federal Trade Commission assim
como dos reguladores australianos.



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