A Infineon e a Ericsson afirmaram hoje que se encontram em negociações relativas à aquisição da unidade de microelectrónica da fabricante sueca de equipamentos de telecomunicações pela produtora alemã de semicondutores, informou o jornal Financial Times.



A Ericsson, uma das maiores produtoras mundiais de redes de telecomunicações móveis, explicou a esse jornal financeiro que o seu negócio de fabrico de chips estava para venda numa tentativa de voltar a obter lucros num ambiente de fraca procura por equipamentos de telecomunicações.



Procurando a que a empresa resista à maior recessão de sempre na indústria de equipamentos de telecomunicações, os accionistas da Ericsson aprovaram ontem, quinta-feira, o lançamento de acções com direitos de opção no valor de 3,1 mil milhões de dólares para serem executados ao longo do terceiro trimestre do ano.



A unidade de microelectrónica da Ericsson, actualmente a dar prejuízo, constrói chips para redes telefónicas e telemóveis e tem como um dos seus maiores clientes a Sony Ericsson, uma das cinco grandes fabricantes de telefones celulares.



Referindo fontes próximas das negociações, o Financial Times indica que as vendas anuais dessa unidade representam cerca de 250 milhões de euros, e que esse valor irá servir de referência para a transacção.



A Infineon é considerada a segunda maior fabricante europeia de semicondutores, situando-se atrás da franco-italiana STMicroelectronics. A companhia alemã planeia crescer em áreas como as comunicações e componentes electrónicos para automóveis.



A empresa prevê também que a procura por chips pelo sector de comunicações sem fios aumente, apesar de esperar uma concorrência crescente nesta área e por uma maior pressão nas margens de lucros. No segundo trimestre fiscal, terminado em Março, a unidade de soluções sem fios da Infineon registou uma perda de 20 milhões de euros num total de vendas correspondente a 208 milhões de euros.



A sua antiga empresa-mãe, a Siemens, preferiu assinar um acordo com a Motorola para utilizar os chips em telemóveis de terceira geração a partir de 2004, em lugar da Infineon.



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