Perante um quadro de reduzida produtividade, a tecnologia e a inovação surgem como instrumentos que geram progressos e crescimento a longo prazo na opinião das empresas e das entidades governamentais portuguesas que participaram no seminário "Inovação e produtividade em Portugal", realizado ontem na Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da Universidade Católica Portuguesa.
Um dos desafios que se coloca ao mercado nacional relaciona-se com os níveis de escolaridade dos portugueses. Neste sentido, Pedro Ferreira, director da Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC), apontou para a importância do programa LigarPortugal integrado no Plano Tecnológico do Governo que "premeia todas as iniciativas de mobilização da Sociedade de Informação", direccionando o esforço público ou privado para consolidar ou reforçar iniciativas em curso e promover a inovação.
As parcerias entre empresas são outra das soluções apresentadas para atenuar o fraco investimento em tecnologias por parte dos portugueses. José Tavares, coordenador da Unidade de Coordenação do Plano Tecnológico, alertou para o baixo rendimento mensal de cada português, sendo as parcerias uma forma de disponibilizar tecnologia barata e eficiente.
Embora os resultados sejam pouco satisfatórios quando comparados com a Europa dos 25, as grandes empresas portuguesas revelam estratégias para apoiar a inovação que passam pelo investimento em novas tecnologias. Zeinal Bava, administrador da PT e CEO da PT Multimédia considera ser importante que as empresas antecipem as necessidades do cliente, visto que este está cada vez mais exigente. O mesmo responsável apontou como um dos exemplos de aposta em inovação no grupo empresarial que representa o serviço pré-pago Mimo.
Carlos Brazão, director da Cisco Systems partilha da opinião que os "espectadores que não fazem uso das novas tecnologias correm o risco de desaparecer". Mais do que conceber um produto ou solução, a inovação está na forma como as empresas desenvolvem esses mesmos produtos e estratégias, defende.
Para melhorar o panorama português, Carlos Lacerda, Business & Marketing Officer da Microsoft Portugal apresenta também planos, nomeadamente "identificando o ecosistema português de inovação", apoiando as empresas de software e a indústria portuguesa e oferecendo suportes para a "criação de centros de inovação". A empresa está já a desenvolver um programa com o objectivo de incentivar a propriedade intelectual que será lançado até ao final do ano.
A iniciativa "Inovação e produtividade em Portugal", que decorre no âmbito do Programa Avançado em Empreendedorismo e Gestão da Inovação, deu ainda a conhecer os projectos vencedores do Concurso de Ideias e Negócios, atribuindo prémios a Dina Gonçalves e Hugo Ferreira, ambos da MagBiosense, a Francisco Fonseca, da AnubisNetworks e a José de Almeida Vicente, da Biodigicap.
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