De que forma é que a Blockchain e as tecnologias Web3 podem trazer mais inovação para produtos e serviços? Foi esta a questão que lançou o mote para um debate que reuniu Pedro Granate, cofundador e COO da Zharta, e João Freire de Andrade, Diretor Executivo da Big Start Venture, na mais recente edição do Portugal Digital Summit.

As finanças descentralizadas (DeFi) afirmam-se como a nova etapa na evolução da banca digital, mas haverá a possibilidade de as instituições financeiras se tornarem redundantes? Pedro Granate acredita que não, embora realce que existam muitas instituições que têm esse receio.

“Apesar do papel da Web3 e da Blockchain vir cada vez mais a tornar os serviços menos dependentes de intermediários, existe aqui um papel muito importante de quem desenvolve e providencia esses serviços”, afirma.

Na sua visão, alguma parte da intermediação poderá tornar-se redundante, “mas a parte da originação e da criação de valor não”. “O papel das instituições financeiras é muito importante na Web3 e Blockchain”, realça o responsável.

Portugal Digital Summit 2022 | Inovação com Blockchain, Cloud Computing e Web3: ZHARTA | BIG START VENTURES | CGD
Pedro Granate (cofundador e COO da Zharta); Victor Martins Ferreira (Diretor Banca Digital, CGD e Vice-presidente, ACEPI) e João Freire de Andrade (Diretor Executivo da Big Start Ventures)

Em linha com Pedro Granate, João Freire de Andrade detalha que é necessário olhar para a situação “em horizontes temporais”. Olhando, por exemplo, numa perspetiva a médio prazo, o responsável acredita que algumas instituições podem conseguir simplificar os seus processos e torná-los mais eficientes.

Para o Diretor Executivo da Big Start Venture, os bancos tradicionais vão continuar a ter um papel neste ecossistema, poderão é ter “menos intermediários pelo meio”, tornando “o sistema como um todo mais eficiente”.

Ainda no tópico da evolução da banca digital e, mas especificamente na questão do open banking, há quem tenha receio que o mercado não seja capaz de absorver tantas mudanças. “Sem dúvida, o open banking ainda está na sua infância”, afirma João Freire de Andrade, acrescentando que há ainda um trabalho de “educação do cliente final” a fazer. “O cliente final precisa também de perceber e de ver utilidade acima de tudo. As pessoas só vão aderir às coisas se virem utilidade”, reforça.

“Eu acredito que a inovação vem, porque existe uma necessidade e se existe muita inovação significa que se está a gerar muita necessidade do lado do cliente”, indica Pedro Granate, enfatizando que, neste contexto, “o papel das instituições financeiras", assim como das empresas em geral, "é reinventarem-se para acompanharem a inovação”.

O responsável admite que esta é uma “tarefa hercúlea”, no entanto, defende que é necessário pensar nela com mais seriedade e “aceitar a experimentação” sem deixar de proteger a economia e as pessoas”. “É necessário desafiar mais e reinventar-se o jogo para acompanhar a velocidade da inovação”. 

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