As previsões são da IDC, admitindo que o momento é decisivo para as Tecnologias de Informação e que nenhuma outra tecnologia chegou com tanto ruído, como a inteligência artificial. A consultora estima que a IA motive este ano em Portugal investimentos superiores a 100 milhões de euros, valor que representará um crescimento de 23,2% face ao ano passado.

“A indústria das TIC encontra-se num momento decisivo. Nunca assistimos ao surgimento de uma tecnologia que fizesse tanto “ruído” e conseguisse o apoio executivo, resultados comerciais definidos e uma tão rápida adoção dos utilizadores”, admite o responsável Gabriel Coimbra.

“A rápida adoção da IA Generativa está a fazer com que a IA passe de um elemento de software ‘embrionário’ para uma tecnologia de base no centro das organizações”, acrescenta ainda o responsável, vice-presidente e country manager da IDC Portugal.

A IDC sublinha os riscos e oportunidades associados à expansão rápida da IA, lembrando que a chegada da tecnologia vai exigir novas abordagens de liderança, novos modelos de negócios e novas competências e antecipando que a GenAI impacte todas as áreas de negócios, processos, funcionários e interações com os clientes.

Em todos os sectores de atividade, a consultora admite que identifica uma trajetória digital semelhante, que colocará os dados das organizações à disposição da GenAI para simplificar operações e melhorar processos.

Em outubro do ano passado, a IDC revelou 10 previsões para 2024 e anos seguintes. A maior parte destas previsões estavam já ligadas aos desafios e oportunidades da IA e ao esforço das empresas e organizações para tirar partido da IA.

Dizem estas previsões, por exemplo, que o investimento em tecnologia crescerá sete vezes mais que a economia em 2024. A automação e a IA terão uma fatia de leão nos orçamentos para TI das organizações.

Até 2025, 35% das empresas estarão a usar GenAI para co-desenvolver produtos e serviços digitais, o que deverá duplicar o crescimento das suas receitas, em comparação com as da concorrência.

Mais cedo, em 2025, a GenAI estará já a ajudar os médicos a pouparem 15% do seu tempo de trabalho, qualquer coisa como 350 mil milhões de dólares a menos com gastos em cuidados de saúde globais.

Este ano, a IDC acredita que 75% das cidades e Estados vão testar a GenAI para melhorar o relacionamento com os cidadãos, em compras, recrutamento, formação de pessoal e desenvolvimento de software.

O relacionamento das empresas com os seus clientes continuará a mudar com a ajuda das tecnologias de IA e, até 2028, a IDC acredita que a análise de sentimento em tempo real afetará 40% dos compromissos com os clientes, fazendo crescer a fidelidade de clientes com as empresas do G2000 entre 10 e 40%. Já em 2026, a GenAI deverá ter assumido 42% das tarefas do marketing tradicional.

Até 2027, a IDC antecipa que os gastos mundiais com soluções de IA ascendam aos 500 mil milhões de dólares. No que se refere a Portugal, em setembro do ano passado, a consultora acreditava que o mercado de soluções de inteligência artificial iria valer 92 milhões de euros em 2023, num crescimento de 24,6% face a 2022.