Lisboa vs Rio de Janeiro: Há assim tantas diferenças nas estratégias para atrair startups?

O Perfeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, elogiou hoje Lisboa, pela referência que se tornou no empreendedorismo, e disse que quer o mesmo para a sua cidade. Juntamente com Carlos Moedas explicou o que é importante nessa estratégia.

WebSummit

O presidente da câmara de Lisboa, Carlos Moedas, e o perfeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, sentaram-se esta quinta-feira à mesa do debate no palco central do Web Summit para explicar a receita e os objetivos de duas cidades que querem afirmar-se como referências regionais para o empreendedorismo.

Lisboa lançou-se primeiro nesta corrida e como reconheceu Eduardo Paes é hoje uma referência. “No Rio o nosso desafio passa por usar Lisboa como inspiração para sermos uma referência [para o empreendedorismo] na América Latina”, disse o responsável, reconhecendo que a Lisboa de hoje é completamente diferente da Lisboa antes do Web Summit, em 2016.

Carlos Moedas acredita que a chave para o sucesso da cidade, na captação de talento de todo o mundo, está na abertura e no bom acolhimento de todas as culturas, religiões ou estilos. Mais do que no preço ou no tempo, tantas vezes apontados como atrativos da capital portuguesa.

O preço da habitação, aliás, foi também lançado para o debate pela moderadora Rosália Amorim, da TSF, mas Moedas acabou por não dizer diretamente se concorda ou não que o preço da habitação hoje tem mais poder para inibir do que para atrair talento para Lisboa.

“Hoje não há muitos sítios no mundo onde as pessoas se sintam em casa”, destacou Moedas, garantindo que a abertura à diversidade, de uma cidade onde um quinto da população já é estrangeira, é o aspecto que mais lhe destacam quando fala com empreendedores que escolhem Portugal para criar as suas startups. Esta diversidade, frisou, fomenta a inovação.

O responsável da cidade de Lisboa disse no entanto que a habitação é uma aposta forte da autarquia, que também se esforça por atrair para Lisboa talento disponível para ajudar a resolver os problemas da cidade e daqueles que têm piores condições de vida. “É muito importante que os inovadores se foquem em criar uma ligação com os problemas que temos hoje”, sublinhou. “Se queremos ter um futuro, temos de encontrar formas de a tecnologia ajudar a política e a democracia”.

Veja as imagens do Web Summit 2023

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Eduardo Paes partilha da mesma opinião e admitiu que a tecnologia pode ter um papel importante na reaproximação dos cidadãos às questões políticas e à participação nos seus sistemas democráticos e pensa o mesmo em relação ao desafio das alterações climáticas.

O perfeito adiantou ainda que o Rio de Janeiro, que este ano recebeu a sua primeira edição do Web Summit e em 2024 voltará a acolher o evento, tem usado outras estratégias para atrair empreendedores. Tem lançado medidas para reduzir a burocracia na criação de empresas e trabalhado as questões fiscais. “Criar um ambiente favorável é crítico” para atrair novos projetos, admitiu.

O SAPO TEK mudou a redação para o Web Summit e até 16 de novembro está a acompanhar tudo o que se passa na conferência e nos eventos paralelos que sempre decorrem em Lisboa. A agenda é longa e há muito para descobrir dentro e fora dos palcos.

Pode acompanhar tudo no nosso especial do Web Summit 2023 e também ver a transmissão em direto do palco principal com o SAPO.