Apesar da crise económica, o mercado português de electrodomésticos e de informática de consumo continuam a crescer, revela um estudo dos hábitos de consumo divulgado hoje pela Cetelem.

De acordo com os dados compilados pelo Observador Cetelem 2011 em oito países da Europa, os portugueses encontram-se entre os que mais continuam a gastar neste tipo de equipamentos - se tivermos em conta as despesas em rendimentos equivalentes (riqueza em paridade com o poder de compra).

Portugal foi o país cujo mercado de electrodomésticos mais cresceu, registando um aumento de 9,7 por cento em 2010, para os 79 milhões de euros. Em 2009, o valor situava-se nos 72 milhões.

[caption]Mercado de electrodomésticos. Fonte: Observador Cetelem 2011[/caption]

Durante o ano passado, o valor do orçamento médio por família em rendimentos equivalentes destinado à compra de electrodomésticos foi de 236 euros, o mais alto registado entre os países incluídos no estudo.

[caption]Mercado de electrodomésticos. Fonte: Observador Cetelem 2011[/caption]

A análise mostrou, no entanto, que a percentagem de portugueses que pretende aumentar o valor destinado à compra deste tipo de equipamentos desceu 8 pontos percentuais. Ainda assim, 37 por cento das famílias afirmam que vão comprar mais electrodomésticos em 2011 que no ano anterior.

No que respeita à informática de consumo, Portugal surge no terceiro lugar do pódio dos mercados que mais cresceram, registando um aumento de 2,41 por cento, passando dos 50 milhões de euros em 2009, para os 51 milhões o ano passado.

[caption]Mercado de informática de consumo. Fonte: Observador Cetelem 2011[/caption]

Durante o ano que passou, as famílias portuguesas gastaram, em média, 130 euros em equipamentos de electrónica de consumo. Se o valor for aferido com base no orçamento médio por família em rendimentos equivalentes nos outros países, o montante corresponde a 153 euros - o terceiro mais elevado dos mercados em análise.

[caption]Mercado de informática de consumo. Fonte: Observador Cetelem 2011[/caption]

No entanto, neste segmento como no anterior, a maioria dos consumidores não contam aumentar em 2011 o montante dedicado às compras. Apenas 12 por cento das famílias portuguesas mostraram intenções de gastar mais em computadores e afins este ano que no ano passado. Em 2009, uma fatia de 22 por cento afirmavam querer gastar mais no ano seguinte que naquele em que foram entrevistados.

A Cetelem, que compilou dados de consultoras como a GfK e a Nielsen e entidades como o Instituto Nacional de Estatística ou os bancos nacionais, fala numa crescente preocupação com a poupança numa área em que, até à data, ainda não se terão feito sentir especialmente os receios dos consumidores. E onde os portugueses continuam a ser dos que menos retraem o consumo.