Concretizando uma promessa de longa data, a Microsoft Portugal anunciou hoje a criação do primeiro centro de Investigação e Desenvolvimento no domínio da fala e linguagem natural no mundo. O Centro fazia parte de um projecto patrocinado pelo ministro José Mariano Gago e acordado com Bill Gates quando este esteve em Portugal, em 1998.



João Paulo Girbal, Director-geral da Microsoft em Portugal, confessa que esta era uma inspiração antiga e que foi difícil de concretizar. Portugal concorreu com centenas de outros países que pretendiam igualmente a instalação deste centro, conseguindo finalmente reunir as condições e aprovações dentro da Microsoft para o concretizar, explica o responsável.



A mesma ressalva foi feita pelo Ministro Mariano Gago, que tinha promovido desde 1998 a concretização do projecto, e que sublinha que a criação do centro se deve à Microsoft mas também a um esforço público e científico de Portugal. O ministro diz ainda esperar que o centro cresça mais depressa do que o previsto pela Microsoft.



O novo centro vai integrar a rede de Centros de Investigação da Microsoft na Europa que têm sido criados numa perspectiva de aproximação ao mundo académico, dos quais os Centro de Cambridge, criado em 1986, é um dos maiores.



Salientando a importância de se apostar na língua portuguesa como factor de cultura mas também como instrumento estratégico para o desenvolvimento de produtos e serviços que possam chegar a mercados lusófonos, João Paulo Girbal prevê que sejam investidos directamente no centro 10 milhões de euros nos próximos cinco anos, criando pelo menos 25 postos de trabalho directos e cinquenta indirectos.



O Director-geral da Microsoft realça ainda que esta é mais uma iniciativa que promove a criação de riqueza gerada pela indústria de software a nível local e sublinha que a Microsoft quer envolver parceiros do sector privado e também do mundo académico, onde já existe um trabalho significativo desenvolvido nesta área. Em Portugal há mais de 10 centros de investigação a trabalhar especificamente na área da fala e língua natural, desenvolvendo tecnologia e soluções para diferentes segmentos de mercado.



Miguel Salles Dias, que vai dirigir o Centro, considera também que é importante potenciar a industrialização e exportação de software nacional, explicando que dos projectos que vão ser desenvolvidos poderão nascer aplicações comerciais dos parceiros.



Alinhando para o curto prazo a concretização de três projectos - nomeadamente de uma Beta para demo Falar no Desktop, Modelos de reconhecimento de fala para telefonia e versão localizada do Voice Command e Toolkit de recursos para desenvolvimento e teste de Fala e Linguagem natural - Miguel Salles Dias não se quer comprometer com datas para a integração desta tecnologia nos produtos comerciais da Microsoft.



João Paulo Girbal admite porém que em 18 meses a 2 anos existam já resultados significativos que possam ser concretizados em soluções de parceiros.

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