Os postos de trabalho relacionados com as redes sociais têm aumentado nos últimos tempos. Seja para gerir a página de uma empresa, seja para delinear a estratégia que um gestor deve seguir, são já várias as pessoas que ganham a vida desta forma. E apesar de haver vários cursos que têm uma forte componente social, só no ano letivo de 2014/2015 é que vai estrear em Portugal a primeira licenciatura em redes sociais.



A Escola Superior de Gestão e Tecnologia de Santarém, que está integrada no Instituto Politécnico de Santarém, é a entidade que vai ter disponível o curso já no arranque do próximo ano letivo.



O coordenador da licenciatura, Filipe Madeira, revelou em conversa com o TeK que a aposta no novo curso surge depois de ter sido feito um estudo de mercado. A área das redes sociais foi uma das mais faladas durante um inquérito feito aos jovens do ensino secundário da região de Santarém – os alunos estão conscientes de que existe um grande crescimento na área e que pode ser um segmento com várias saídas profissionais.



Os responsáveis pela licenciatura querem garantir isso mesmo. Ser formado em redes sociais não significa apenas dominar por completo o Facebook. Vai significar ter conhecimentos de programação, de conteúdos multimédia, de marketing e de negócios online.



Analista de search engine optimization, empreendedor e analista Web, criador de negócios eletrónicos e criador de soluções de Internet são algumas das profissionais “alternativas” à gestão e especialização em plataformas como o Facebook, Twitter, Pinterest ou Instagram.



Apesar de promissora, a licenciatura em redes sociais também pode ser perigosa: será que pelo contacto que os jovens têm com estas plataformas, muitos não se sentirão atraídos pelo curso sem sequer pensarem nas consequências profissionais?



Filipe Madeira está convencido de que não e justifica a sua resposta com as unidades curriculares do curso. “A licenciatura vai ser mais do que dinamização e publicação nas redes sociais, temos conteúdos programáticos muito exigentes”, explicou o coordenador do curso, que lembrou a forte componente informática do mesmo. Quase metade do curso está ligado à informática e este é um dos motivos pelo qual será necessário ter Matemática A ou B como prova de adesão.



Ao todo existem 30 vagas no curso e de acordo com Filipe Madeira existe confiança e expectativa para que todos os lugares sejam preenchidos já este ano.



Além do sucesso do curso, há confiança no sucesso dos licenciados. A ESGTS está a firmar várias parcerias com empresas para que os alunos possam depois ter acesso a um estágio. “Na licenciatura de redes sociais não vai ser difícil arranjar estágios”, afirmou Filipe Madeira. “É uma área que tem futuro e tem interesse. Vamos ter uma forte componente prática e uma grande aproximação às empresas”, explicou.



A aprovação recente do curso por parte da Direção-Geral de Ensino Superior (DGES) faz com que a licenciatura não apareça em muitos boletins informativos. Os interessados podem consultar a página de Facebook criada para falar da licenciatura e podem também consultar o site oficial onde é descrito todo o plano curricular para os três anos.



Sobre a opção de apostar numa licenciatura e não numa pós-graduação, Filipe Madeira disse ter analisado as várias propostas que existem na área em países como os EUA, Reino Unido e o Brasil, tendo optado pelo curso de três anos. “A pós-graduação é mais estreita, é um diploma que não é tão apelativo”, e a licenciatura serve para “enriquecer” o que uma pós-graduação poderia trazer.

Rui da Rocha Ferreira


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico