(Actualizada)
Foi hoje anunciada a criação de uma joint-venture entre a Nokia e a Siemens para a área de negócio de redes, potenciando as sinergias das duas empresas nas áreas móvel e fixa e criando um novo gigante nesta área, com receitas potenciais acima dos 16 mil milhões de euros. A Nokia Siemens Networks será controlada em partes iguais pelas duas empresas, devendo o negócio estar concluído a 1 de Janeiro de 2007, depois das necessárias autorizações regulamentares.

A nova empresa vai iniciar operações com 60 mil funcionários, sendo a sede fixada em Helsínquia, na Finlândia, apesar de serem mantidas três das cinco áreas em Munique, na Alemanha, onde a Siemens tinha fixado a sua unidade de redes de telecomunicações. O comunicado de imprensa que refere a criação da joint-venture fala de sinergias na redução de custos que podem chegar a 1,5 mil milhões de euros anualmente até 2010 e que poderá implicar a redução de 10 a 15 por cento do número de funcionários.

Em Portugal - onde a Siemens está presente há mais de 100 anos e a Nokia directamente há cerca de sete anos - não é ainda conhecido o possível impacto do negócio. O TeK contactou as duas empresas que se escusaram a fazer quaisquer comentários neste momento sobre os resultados da criação da joint-venture para a actividade.

O negócio hoje anunciado vem consolidar uma área que a Nokia tinha vindo a reestruturar para tornar mais eficiente e que tem apresentado perdas sucessivas ao longo dos últimos anos. Para a Siemens, que também anunciou reestruturações nesta área, a joint-venture traz vantagens evidentes na área da convergência móvel, como admitiu o CEO da empresa em comunicado oficial.

De acordo com os dados actuais de mercado, a Nokia Siemens Networks será a segunda maior empresa mundial a nível de infra-estrutura móvel, a segunda em serviços e a terceira em infra-estrutura fixa, assim como no mercado global de infra-estruturas de telecomunicações. A companhia fica agora a par da concorrente Cisco e da recém criada Alcatel-Lucent.

Entre o portfólio de produtos que transita para a nova companhia contam-se o IMS, acesso 2G GSM/EDGE, 3G WCDMA/HSDPA, tecnologia de core de redes móveis, banda larga fixa, IPTV, LTE, WiMAX e ainda produtos de voz móvel especialmente desenhados para mercados emergentes.

Recorde-se que ainda no ano passado a Siemens vendeu à BenQ a sua unidade de telemóveis e que tinham sido avançadas notícias sobre a possibilidade de reestruturação da empresa já no final do ano passado.

Está ainda a decorrer uma conferência de imprensa em Munique onde as duas companhias devem revelar mais dados sobre o negócio.

Nota de Redacção: [17:24:00] A notícia foi actualizada com informação sobre Portugal.

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