Após o lançamento do Galaxy Note 7, no passado mês de agosto, a tecnológica sul-coreana viu-se imediatamente com um problema em braços depois de vários clientes terem dado conta de um defeito nas baterias que provocava a explosão dos equipamentos. Em resposta, a marca assumiu um erro na produção de alguns dos smartphones e apelou à devolução numa campanha internacional.

Numa primeira fase, e mesmo após o anúncio do programa de recolha dos aparelhos, os indicativos financeiros da empresa pareciam não se ressentir. Mas esta segunda-feira, as ondas de impacto que o Note 7 tem provocado chegaram mesmo a atingir o mercado sul-coreano, resultando numa queda do valor das ações da empresa em valores que chegaram a atingir os 7,6%, contribuindo para uma perda de quase 17 mil milhões de euros desde a última sexta-feira. Um valor contrastante com a subida de quase 30% que as ações da tecnológica já teriam registado este ano no mercado sul-coreano.

Esta é, de resto, a maior queda registada desde o início do mês de setembro, altura em que a empresa anunciou o programa de recolha dos Note 7, um timming que se pode justificar pela entrada de várias entidades no leque de constragimentos à utilização do smartphone. Mais recentemente, a Consumer Product Safety Comission dos Estados Unidos denunciou a ilegalidade da venda do equipamento no país e várias companhias aéreas já desaconselharam publicamente o transporte do Note 7 nos aviões.

O problema que afetou as baterias do Note 7 não tem poupado a Samsung de alguns dissabores de “curto prazo” como os que estão neste momento a suceder, mas na opinião de Francisco Jerónimo, da IDC, não vai ter impacto a mais distância. A prontidão na resposta à situação é um dos argumentos a favor da fabricante sul-coreana. “A atitude de responsabilização assumida beneficia a marca”, referiu o analista há uns dias, quando foi contactado pelo TeK para comentar o lançamento do novo iPhone.

“De momento o problema pode influenciar a escolha de quem esteja indeciso entre o telefone da Samsung e o telefone da Apple, mas é uma questão pontual. A própria Apple teve no passado problemas com as antenas do iPhone”.