Na primeira apresentação à imprensa, depois da compra pelo grupo Altice no passado mês de agosto, a ONI anunciou que vai reforçar o investimento em áreas chave e passar a cobrir novos segmentos de mercado.

A nova orientação estratégica e a obtenção de sinergias com a Cabovisão, detida pelo mesmo grupo, permitirão à empresa triplicar lucros até final de 2014. No final de junho, a ONI terminou o seu ano fiscal com receitas de 109 milhões de euros e um EBITDA de 16 milhões de euros. É este valor que a nova equipa de gestão da operadora quer ver triplicado até final do próximo ano.

O sector público, que hoje representa 20 milhões de euros para a empresa, continuará a ser uma aposta central. O objetivo é aumentar a quota neste mercado para 15% a 20%. Em conferência de imprensa, Alexandre Fonseca, novo CEO da empresa, explicou que atualmente a quota de mercado da operadora neste mercado ronda os 10%.

A ONI que até agora centrava o negócio nas grandes e nas empresas médias vai também passar a abordar o mercado das pequenas empresas, desenvolvendo novas soluções adequadas a este mercado, tirando partido das sinergias e da infraestrutura da Cabovisão.

As sinergias com a Cabovisão estendem-se a outros domínios e já começaram a ser trabalhadas. As duas empresas passaram já a deter uma equipa única para a área da regulação e acontece o mesmo para os assuntos jurídicos.

Na área de compras e noutros domínios onde faça sentido vai aplicar-se a mesma lógica, embora Alexandre Fonseca garanta que não há planos para fundir os dois negócios, que continuarão focados no mercado residencial, no caso da Cabovisão, e no mercado empresarial, no caso da ONI.

Estas sinergias e a unificação de marcas na ONI - o grupo detinha mais duas marcas, a Knewon e a Hubgrade, que vão desaparecer - abrem caminho a uma redução no número de colaboradores da empresa na ordem dos 10%. A ONI conta atualmente com perto de 300 colaboradores.

A nova ONI Telecom manterá ainda uma aposta forte na área dos data centers - investiu já meio milhão de euros na melhoria das condições técnicas do centro de dados da Matinha - e da cloud, com planos para suportar uma oferta cada vez mais abrangente de serviços na nuvem.

Uma das marcas do grupo, a Knewon mantinha já uma forte aposta neste domínio e estava a criar um mercado de aplicações na cloud, com uma lógica idêntica ao conceito da Cloup.pt, da Portugal Telecom. Esta aposta é para manter e será reforçada nos próximos meses.

A ONI anunciou ainda que, para expandir o portfólio de serviços, vai tirar partido da cobertura da Cabovisão e investir em fibra ótica. O principal objetivo deste investimento é reduzir a renda - e dependência - da Portugal Telecom, diminuindo as áreas onde tem de recorrer às infraestruturas da operadora para assegurar serviço.

A propósito deste tema, o CEO da ONI teceu fortes críticas à regulação, que considerou ineficaz nesta e noutras áreas, tornando inútil a existência das ofertas reguladas que deveriam garantir condições de operação às empresas que precisam de recorrer à infraestrutura da PT.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico