A lista dos oradores do Web Summit já começou a ser divulgada há vários meses embora ainda haja algumas surpresas que Paddy Cosgrave não quis revelar. Com mais de 1.040 oradores, em 20 palcos, os principais temas da atualidade vão estar em palco e atrair a atenção dos mais de 70 mil participantes.
“Há tópicos importantes, como a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, e o CEO da ARM vai estar em palco e é importante ouvir o que tem a dizer, a ciber segurança é cada vez mais relevante e vemos a ciberguerra a crescer, por isso temos as representantes da NATO e das maiores empresas de cibersegurança no mundo”, adianta Paddy Cosgrave em entrevista ao SAPO TEK, apontando ainda a Inteligência Artificial que está a ser o foco de muitas startups mas igualmente a intervenção de Noam Chomsky, que diz que a ciência não está a avançar tão rápido como o marketing.
A agenda inclui ainda os temas da cripto economia e das várias visões, entre a importância que o blockchain e as criptomoedas podem ter e as fraudes e perdas financeiras que fizeram com que muitas pessoas perdessem as suas poupanças.
Paddy Cosgrave defende que este é um alinhamento que traz a palco os temas mais atuais, mas assume que há também espaço crescente para as “empresas estabelecidas”, organizações e governos. “Temos 20 palcos e mais de mil oradores, há muitas coisas novas”, afirma.
“As pessoas vêm descobrir o futuro e é sempre excitante, mas não é claro. Temos centenas de oradores de que as pessoas nunca ouviram falar, a construir empresas que não são conhecidas, mas algumas delas vão ser uma parte importante no nosso futuro e é isso que faz o Web Summit atrativo”, defende Paddy Cosgrave
Segundo o empreendedor, a organização tenta sempre ter pelo menos 50% de oradores novos e “frescos”, embora convide também os que em edições anteriores tiveram mais sucesso.
O trabalho difícil das startups
Com mais expositores e mais startups, que este ano chegam ultrapassam as 2.600, os empreendedores vão ter de se destacar para conseguir a atenção dos investidores e dos jornalistas. Questionado pelo facto de haver empresas que dizem que não conseguem destacar-se entre as milhares de startups, Paddy Cosgrave responde que “é o maior encontro de investidores e de jornalistas de tecnologia por isso se uma startup diz que não consegue ter atenção não sei de quem é o problema. Têm de fazer o seu trabalho”.
“Ninguém falava com Elon Musk no princípio, ninguém falava com a Airbnb. Foram rejeitados e ninguém investia. Não é suposto ser fácil”, afirma o empreendedor que lembra que as taxas de falhanço são muito elevadas.
“9 em cada 10 startups que já foram investidas não têm sucesso, a taxa de falhanço nas que estão em fase inicial é brutal, mas faz parte do processo”, sublinha, fazendo uma analogia com o desporto e indicando que a percentagem dos jovens que conseguem ser jogadores de ténis ou de futebol de alto nível é muito reduzida.
“Só porque tem um bilhete para o Web Summit não quer dizer que vai ser o próximo Mark Zuckerberg”, adianta ainda o empreendedor. “Penso que uma startup que culpa outras pessoas pela falta de sucesso tem de refletir… pode não ser o sistema, pode ser a startup, e peço desculpa por ser brutal”.
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