A PeopleSoft recusou a quarta oferta de aquisição da Oracle, alegando que o valor oferecido não reflectia o valor de mercado da empresa. Desta vez, a proposta da Oracle admitia o pagamento de 7,7 mil milhões de dólares pela companhia rival, o que representa 21 dólares por acção. Face às ofertas anteriores pode dizer-se que esta quarta proposta se coloca num patamar intermédio, tendo em conta que os valores por acção oferecidos anteriormente variaram entre os 16, os 19,59 e 26 dólares.



A revisão do preço oferecido pela Oracle resulta, segundo a empresa, de uma adequação ao valor de mercado da PeopleSoft que nas últimas semanas perdeu valor. No mesmo dia (quarta-feira) a PeopleSoft anunciou ter chegado a acordo com o grupo de accionistas que se opunha ao programa pouco usual criado pela companhia para proteger os clientes de uma eventual compra por parte da Oracle.



Segundo este programa os actuais clientes da PeopleSoft receberiam até cinco vezes o valor pago por determinada aplicação, caso a Oracle optasse por descontinuar o produto ou alterá-lo significativamente.



Segundo a própria PeopleSoft, até Março este programa de refinanciamento acumulava 2 mil milhões de dólares, o que mereceu fortes críticas por parte de alguns accionistas que consideraram estar ameaçado o valor de mercado da companhia. Em resposta às críticas, a PeopleSoft promete rever o programa no final de Junho, não adiantando, no entanto, por quanto tempo pretende estendê-lo após essa altura.



As sucessivas ofertas da Oracle decorrem em paralelo com a preparação de um processo anti-trust pelo Departamento de Justiça norte americano que pretende inviabilizar o negócio, alegando questões de concorrência. O processo chega a tribunal no dia 7 de Junho em São Francisco.



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