Este ano será tão desafiador para a Bosch como foi 2023. As palavras são do diretor financeiro, Markus Forschner, durante a apresentação anual de resultados do grupo industrial, feita esta quinta-feira. O responsável admitiu não esperar “qualquer vento favorável económico” em 2024, admitindo que o foco para este ano está na redução de custos, o que incluirá despedimentos.

Forschner disse que os despedimentos são necessários para garantir que a Bosch continua competitiva num ambiente onde a maioria dos seus grandes concorrentes já avançaram com demissões. Quaisquer cortes serão implementados “com sentido de proporção”, referiu sem detalhar quantos dos 429.416 funcionários do grupo poderão ser afetados.

Parcerias são a chave para um futuro de mobilidade inteligente e metaverso industrial diz (e mostra) a Bosch
Parcerias são a chave para um futuro de mobilidade inteligente e metaverso industrial diz (e mostra) a Bosch
Ver artigo

Para 2024, a Bosch espera que as receitas cresçam entre 5% e 7%, em comparação com um aumento de 3,8% no ano passado. A sua margem sobre o lucro antes dos juros e impostos das operações permanecerá estável, na melhor das hipóteses, em comparação com os 5,3% gerados em 2023.

Estas metas são consideradas “ambiciosas” pela empresa, uma vez que as vendas do primeiro trimestre caíram 0,8% em relação ao ano anterior, “refletindo condições mais desafiadoras para o sector automotivo global”, incluindo custos mais elevados e uma feroz batalha de preços na China.

Apesar de um “ambiente difícil”, a Bosch considera estar a implementar com sucesso a sua estratégia de crescimento. “No ano comercial de 2023, atingimos os nossos objetivos financeiros e reforçámos a nossa posição de mercado numa série de áreas de negócio, desde os semicondutores aos sistemas de construção integrados”, afirmou Stefan Hartung, presidente do conselho de administração, na apresentação anual.

Bosch e Microsoft juntam-se para descobrir até onde pode ir a inteligência dos carros
Bosch e Microsoft juntam-se para descobrir até onde pode ir a inteligência dos carros
Ver artigo

O responsável acrescentou que o grupo industrial está “à procura de inovações, parcerias e aquisições (…) apesar dos ventos contrários na economia”.

No longo prazo, pretende alcançar um crescimento médio anual entre 6% e 8%, com uma margem de pelo menos 7%. Pretende também figurar entre os três principais fornecedores nos seus mercados mais importantes em todas as regiões do mundo.

A Bosch também está a expandir estrategicamente os campos de inovação para crescer. Na tecnologia médica, por exemplo, anunciou que irá trabalhar numa nova tecnologia BioMEMS que combina diagnóstico molecular com tecnologia de microssistemas.