David Bean, do Boston Consulting Group, trouxe até ao eShow 2015 os resultados de um estudo que avalia o nível de atrito eletrónico que existe em diferentes países. O e-friction, como lhe chama, coloca Portugal na 30ª posição, um lugar que sendo positivo em comparação com muitas nações europeias, deixa também muita margem de progressão

O e-friction é tudo o que impede o crescimento da economia digital: seja através da indisponibilidade de conteúdos ou informações relevantes, seja através do impedimento de que os consumidores tenham uma parte ativa na economia digital, seja pela falta de estímulos para que mais empresas estejam na Internet.

E sofrer de e-friction é negativo. Ou melhor, quem não sofre de atrito eletrónico acaba por ter melhores resultados. O consultor revelou durante a apresentação do estudo que as economias mais fortes a nível mundial têm menores níveis de e-friction.

"A Internet é um elemento muito importante no crescimento das economias. As empresas que usam a Internet de forma intensiva crescem mais 7 pontos percentuais em comparação com as que usam a Internet de forma mediana ou pouco ativa", salientou David Bean.

Para ficar “curado” deste problema que existe e que afeta as economias digitais, Portugal e outros países devem reforçar e adequar as infraestruturas junto das Pequenas e Médias Empresas (PME) e também junto das áreas rurais. O consultor salienta que é importante o país assumir um compromisso com a inovação e encorajar as PME a estarem mais presentes no online e a apostar na interncionalização. Começar pelos países de língua portuguesa pode ser um começo ou então apostar em áreas nas quais Portugal é forte, como no turismo.

A garantia de serviço de e-government de qualidade mundial e o bom alinhamento com o mercado digital único que a União Europeia está a promover podem ser benéficos para a economia portuguesa: David Bean estima que se todas estas práticas fossem seguidas, então a economia portuguesa podia crescer entre cinco e 15 mil milhões de euros.

Rui da Rocha Ferreira