A Hewlett-Packard e a Compaq afirmaram ontem que a Federal Trade Comission, a agência norte-americana responsável pela área de comércio, remeteu alguns documentos a estas duas empresas nos quais pedia informações adicionais sobre a fusão em curso. Tanto a HP como a Compaq salientam que desta forma o processo será mais moroso.



Segundo o documento de fusão, a HP encontra-se presentemente a negociar novas contratações com os presidentes Michael Cappellas e Carly Fiorina, que podem resultar no aumento de salários e bónus, tendo em conta que a responsabilidade inerente às suas funções irá ser maior na nova empresa.



A decisão da fusão foi tomada em Setembro último, quando a HP apresentou à Compaq uma proposta de compra da totalidade das suas acções por 27,3 mil milhões de dólares (6,1 mil milhões de contos ou 30,8 mil milhões de euros). No entanto, os investidores mostraram-se relutantes quanto ao negócio.



As empresas conseguiram a aprovação do negócio pelos seus accionistas, mas 15 mil postos de trabalho serão eliminados para diminuir despesas, para além de outros 15 mil trabalhadores que vão ficar desempregados devido à adversa situação económica mundial e à queda dos resultados das empresas de TIs.



Carly Fiorina ganhou cerca de 3,7 milhões de dólares no ano fiscal de 2000 (838 mil contos ou 4,183 milhões de euros), incluindo 1,8 milhões de dólares (408 mil contos ou 2,035 milhões de euros) em bónus relativos à primeira metade do ano. Recebeu também 1,28 milhões em opções de acções (290 mil contos ou 1,447 milhões de euros).



Por seu lado, Michael Cappellas, ganhou 5 milhões de dólares (1,133 milhões de contos ou 5,652 milhões de euros), recebeu um salário de 1,2 milhões de dólares (272 mil contos ou 1,356 milhões de euros), e 3,8 milhões de dólares em bónus (861 mil contos ou 4,296 milhões de euros). Este executivo também recebeu 24,4 milhões de dólares (5,531 milhões de contos ou 27,590 milhões de euros) e 850.000 acções comuns que também valem muito pouco de momento.



Ambos os executivos recusaram a oferta de gratificações de incentivo, oferecidas aos executivos da empresas. Carly Fiorina recusou a quantia de 8 milhões de dólares (1,812 mil contos ou 9,042 milhões de euros) em pagamentos de bónus, o dobro da sua remuneração anual. Michael Cappellas recusou também uma quantia de 14,4 milhões de dólares (3,263 milhões de contos ou 16,277 milhões de euros).



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