O Programa de Investimentos do Governo prevê a criação de 120 mil novos empregos, na sua maioria ligados às TIC e aos "serviços de elevado valor acrescentado", precisou hoje Victor Martins, um dos responsáveis pelo desenho do programa, concebido pelo Instituto Superior Técnico e pelo Instituto Superior de Economia e Gestão.



Os novos empregos previstos serão gerados no sector privado e irão "responder à procura resultante de projectos nas áreas do Conhecimento, Território e Infra-estruturas", explica o relatório final do Programa apresentado por Victor Martins.



O Programa de Investimentos do Governo, aprovado na passada quinta feira em Conselho de Ministros, prevê um investimento total de 25 mil milhões de euros em infra-estruturas estruturantes que se irão apoiar em projectos de parceria público/privado, assegurando uma partilha idêntica dos montantes de investimento previstos.



Nas três grandes áreas abrangidas - Infra-estruturas; Território; Conhecimento, Informação e Formação -, a última é a que apresenta potencial para a criação de novos empregos, uma vez que nas duas primeiras a capacidade instalada dará resposta às necessidades resultantes de um maior número de projectos em concretização, explica o relatório.



Na apresentação detalhada do Programa de Investimentos foi ainda revelado que dos 4,427 mil milhões de euros alocados à terceira prioridade de investimento do Governo (Conhecimento, Informação e Formação), 3,285 mil milhões de euros se dirigem às Tecnologias de Informação e Comunicação, 624 milhões destinam-se à Formação Avançada em Ciência e Tecnologia e 519 milhões de euros à Investigação e Desenvolvimento.



Cinquenta por cento das verbas necessárias para operacionalizar os projectos previstos nesta prioridade de investimento são assegurados pelo Governo, via Orçamento de Estado (cerca de 2,199 mil milhões de euros), os privados deverão assegurar outros 48 por cento (cerca de 2,125 mil milhões de euros) e os restantes 2 por cento são garantidos por operadores públicos.



Entre os projectos já alinhados para a área das TIC foram enumeradas as redes de banda larga (que arrecadam um investimento de 1,008 mil milhões de euros); a desmaterialização, eliminação e simplificação de actos e processos na justiça (14 milhões de euros) ou a rede de contact centers para a saúde (4 milhões de euros).



O relatório final do Programa de Investimentos frisa que os montantes alocados aos projectos na área do Conhecimento podem ser reajustados, para acomodar alterações do Quadro de Referência Estratégica Nacional, influenciado pelo QCA - Quadros Comunitários de Apoio.



O mesmo documento sublinha a necessidade de um acompanhamento rigoroso e transparente da implementação do Programa de Investimentos e sugere a divulgação pública, através da Internet, "dos principais dados de cada contrato superior a um milhão de euros, bem como dos elementos de programação relativos a prazos e encargos".



Perante uma vasta plateia de empresários e uma mesa composta de ministros, José Sócrates encerrou o encontro frisando que a área do Conhecimento, intimamente ligada aos objectivos da Estratégia de Lisboa, capta 18 por cento das intenções de investimento previstas no Programa. O Primeiro Ministro lembrou ainda que dos 25 mil milhões de euros projectados no Programa, apenas 30 por cento são afectos ao PIDDAC.



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