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Protocolo com Governo português é o mais amplo assinado pela Microsoft com um Estado

1 fev 2006 16:47

Este artigo tem mais de 18 anos

O protocolo de colaboração hoje assinado entre a Microsoft e o Governo Português engloba 18 projectos, dispersos em 3 áreas de actuação com vários Ministérios, sendo o mais amplo alguma vez assinado pela empresa norte-americana com um Estado.

Foi hoje formalmente assinado o protocolo de colaboração do Governo português com a Microsoft, culminando um trabalho desenvolvido ao longo de 5 meses e encerrando a visita de Bill Gates a Portugal. O memorandum de entendimento envolve 18 projecto, dispersos por três áreas de actuação e é o mais amplo alguma vez assinado pela Microsoft com um Estado.

Bill Gates voltou a salientar durante a cerimónia que está impressionado com o ritmo impresso pelo Governo português na área do Conhecimento e Inovação e com a abrangência do Plano Tecnológico, sublinhando novamente o empenho da Microsoft em colaborar neste projecto, algo que já tinha vindo a repetir em diversas ocasiões da sua visita a Portugal.

O presidente da Microsoft lembra porém que este investimento em Conhecimento só dará frutos daqui a dez anos, o que torna ainda mais premente a sua concretização rápida.

José Sócrates, primeiro-ministro português, destacou a importância do nascimento de uma parceria que assenta no facto da Microsoft e de Portugal partilharem a mesma visão de futuro, assente na Inovação e Conhecimento. "Este é um primeiro passo de uma parceria que queremos aprofundar", afirmou José Sócrates, acrescentando que neste caso "o céu é o limite".

Acordo mais amplo
Já à margem da apresentação, que contemplou a assinatura dos vários 18 protocolos com os diversos ministérios, Carlos Zorrinho, coordenador do Plano Tecnológico, confirmou aos jornalistas que, no seu conhecimento, este é o mais amplo acordo alguma vez assinado entre a Microsoft e um Estado, uma visão também confirmada ao TeK por Carlos Lacerda, Director de Marketing da Microsoft Portugal.

"Este [protocolo] é um desafio e uma responsabilidade", completou Carlos Zorrinho, admitindo que o facto de ser o acordo mais amplo se justifica também pelo reconhecimento de que o país tem uma estratégia significativa nesta área.

O coordenador do Plano Tecnológico garantiu porém que este acordo não vai marcar o plano com o cunho da Microsoft. "Desafiei as grandes empresas multinacionais a fazerem o mesmo que a Microsoft. Estamos abertos a fazer este género de protocolos com outras grandes empresas". Carlos Zorrinho afirmou ainda que nenhum dos protocolos tem a ver com mercados públicos embora admita que a Microsoft, e outras empresas possam ter interesses neste género de parcerias, explicando porém que estas residem no alargamento do mercado.

Carlos Zorrinho escusou-se ainda a definir um valor global para os protocolos de cooperação, afirmando que muitos deles têm um valor intangível, não podendo ser quantificados.

Protocolo à lupa
Alguns dos componentes que compreendem os protocolos agora assinados já tinham sido divulgados ao longo dos últimos dias, estando outros ligados a iniciativas que já decorrem, como é o caso dos protocolos na área da formação no ensino secundário e os centros de desenvolvimento de software, que englobam o já criado Centro de Desenvolvimento de Software em Linguagem Natural. O documento do memorandum de entendimento pode ser consultado no site do Governo.

O primeiro eixo de acção integra a área do Conhecimento, envolvendo o programa de literacia digital, que prevê a qualificação tecnológica em Portugal e nos PALOPs para alunos do ensino secundário, pós-secundário e ainda as forças policiais e autoridades ligadas à luta contra a criminalidade e segurança electrónica.

Nesta área está ainda incluído um projecto-piloto com 25 escolas para adaptação à futura geração de aplicações Windows Vista e Office 12, e a criação de uma sala no Pavilhão do Conhecimento de demonstração de Tecnologias de Informação e Conhecimento em educação. Ficam ainda garantidos os estágios para cursos de formação pós-secundária para jovens oriundos de Países de Língua oficial portuguesa.

No segundo eixo, da Tecnologia, está contemplada a criação de uma rede de Microsoft Innovation Centers, que já integra o Centro de Desenvolvimento de Software em Linguagem Natural, que serão associados à Rede de Centros de Especialização Tecnológica (RECET).

O terceiro e último eixo, da Inovação, tem como medidas a integração de técnicos formados nos Cursos de Especialização Tecnológica em empresas da área industrial, assim como a criação de bolsas para formação avançada de recursos humanos nos centros de I&D da Microsoft. Este eixo integra igualmente o suporte a criação de novas empresas de desenvolvimento de software através do programa "Empowerement" da Microsoft.