À semelhança do que já tinha feito em África a Portugal Telecom anunciou hoje a criação de uma nova sub-holding que irá agrupar as suas participações no mercado asiático, mais concretamente na China e em Macau, numa reorientação estratégica que pretende potenciar o desenvolvimento das áreas de negócio já exploradas e estudar novas hipóteses de investimento.
O anúncio foi feito hoje pelo CEO do grupo, Miguel Horta e Costa, que desvendou a primeira aposta do grupo neste contexto de exploração de novos negócios que vai canalizar um investimento de 10 milhões de euros. Trata-se de uma joint venture com o Ministério dos Transportes chinês para a prestação de Location Based Services em tempo real para todo o território chinês. A PT entra neste investimento com um conjunto de accionistas privados com quem forma a China Pathway Logistics (onde tem uma participação de 66 por cento).
Esta entidade, com um outro organismo que funciona na dependência directa do Ministério dos Transportes do Governo Chinês, cria a Archway Joint Venture, que ficará responsável pelo fornecimento da tecnologia a clientes públicos e privados.
Segundo estimativas apresentadas hoje pela PT a frota de transportes chinesa é actualmente constituída por 10 milhões de veículos, um número que nos próximos anos deverá duplicar. As primeiras previsões da empresa são de que, em 3 anos, 300 mil veículos de mercadorias tenham já implementado o sistema que o Governo quer generalizar a todo o país.
A PT sublinha a importância desta aproximação ao organismo chinês que tutela toda a área das telecomunicações e vê no relacionamento uma ponte para novos projectos, explicou Carlos Vasconcellos Cruz, responsável pela unidade de Investimentos Internacionais da PT.
Actualmente o negócio mais importante do grupo na região é suportado numa participação de 28 por cento no capital da CTM, um operador de telecomunicações com oferta fixa, móvel e de Internet controlado pela Cable & Wireless. O activo gerou no ano passado receitas de 167 milhões de euros e conta com um portfólio de 472 mil clientes, no conjunto das três ofertas.
O grupo detém ainda um participação maioritária na empresa macaense de televisão por cabo (55 por cento) que agora pretende reforçar com um investimento de 5 milhões de euros que servirá também para apostar no desenvolvimento de novos negócios, como a Internet ou mesmo o triple play. No negócio da televisão há também a destacar uma presença na Telesat, um operador de satélite que facturou no ano passado meio milhão de euros, onde o incumbente português tem uma participação de 22 por cento.
Na região especial de Macau a PT controla ainda (a 80 por cento) as Páginas Amarelas, um negócio que para já tem pouca expressão (facturação de 1 milhão de euros), mas que o grupo espera potenciar com novos acordos. Carlos Vasconcellos Cruz explicou, em conferência de imprensa, que existem contactos com a China que podem abrir novos mercados à empresa. Não para assegurar o serviço de páginas amarelas a nível nacional, mas para determinados segmentos não especificados para já.
Finalmente o grupo tem ainda uma participação de 41,12 por cento na Timor Telecom que mantém uma oferta no fixo, móvel, dados e Internet com 28 mil clientes e uma receita de 13,3 milhões de euros.
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