(Actualizada) Ainda não há fumo branco do lado da negociação com a Telefónica, mas a Portugal Telecom já terá conseguido uma alternativa para se manter no Brasil, assegurando um acordo para entrar no capital da Oi.

A notícia foi avançada hoje pelo jornal "El Economista" que diz que o acordo será válido por dez dias, mas com a condição da PT vender a participação que detém na Vivo.

Já ao final da tarde a Portugal Telecom veio porém desmentir a existência de um pré-acordo, em comunicado enviado à CMVM. "Na sequência de notícias veiculadas hoje no jornal espanhol "El Economista" (Madrid), a Portugal Telecom vem por este meio esclarecer não ter celebrado qualquer pré-acordo ou acordo tendo em vista a aquisição de uma participação social na Oi", lê-se no documento.

A entrada no capital da Oi era uma das alternativas possíveis para que a Portugal Telecom mantivesse interesses nas telecomunicações no Brasil, ultrapassando o braço de ferro com a Telefónica que parece não abdicar da compra da sua participação na Brasicel, que detém a Vivo.

A Oi é a quarta maior operadora de telecomunicações no Brasil mas tem um perfil diferente da Vivo, com maior peso da rede fixa e menor rentabilidade. A história da empresa no Brasil já remonta a 1997 mas só em 2007 foi lançada a marca, com oferta de serviços fixos e Internet, consolidando a estratégia com o controle da Brasil Telecom em 2009, altura em que ganha dimensão nacional.

Teme-se porém que o interesse premente da PT em entrar no capital da operadora possa fazer aumentar o preço a pagar.

Mas o jornal económico espanhol garantia que as duas empresas teriam conseguido chegar a um acordo satisfatório, que abre caminho à Telefónica para comprar a os 50% que a PT detém na Brasicel e assim aplicar a sua estratégia de convergência no mercado brasileiro, juntando a Telesp e a Vivo.

Na sexta feira passada a operadora espanhola acabou por retirar a oferta que estava em cima da mesa e que se elevava a 7,15 mil milhões de euros, apesar do pedido de prolongamento de prazo feito pela Administração da PT. Falta agora saber se os accionistas da operadora portuguesa ainda vão conseguir o mesmo preço se o negócio avançar.

Nota da Redacção: A notícia foi corrigida no primeiro parágrafo onde uma metáfora acabou por ser mal sucedida. Em vez de "fumo branco" tinha sido escrito "fumo verde", numa clara mistura entre "sinal verde" e "fumo branco" - considerado um sinal de consenso numa negociação, em ligação aos concilios papais, como um leitor apontou de forma muito oportuna.

Nota da Redacção 2: A notícia foi actualizada com o desmentido da PT de que existe este pré-acordo.