A Portugal Telecom terminou o ano passado com resultados líquidos de 866,8 milhões de euros. O resultado representa uma quebra de 14,4 por cento face ao ano passado, mas ainda assim fixa-se acima das previsões dos analistas, pelo que foram bem recebidos pelo mercado.



As receitas operacionais fixaram-se nos 6,1 mil milhões de euros, melhorando 6,6 por cento, enquanto o EBITDA ficou nos 2,35 mil milhões de euros, num crescimento de 5,3 por cento.



Positivamente voltaram a contribuir para os resultados os desempenhos da Vivo no Brasil e da operadora móvel TMN, que no período angariou 557 mil novos clientes, aumentando a sua base de subscritores em 9,8 por cento, para os 6,26 milhões. As receitas operacionais da empresa avançaram 2,7 por cento, fixando-se nos 1,5 mil milhões de euros, enquanto o EBITDA se fixou nos 658,7 milhões de euros, melhorando 3,1 por cento.



Sobre a TMN importa ainda referir que a receita média mensal obtida com cada cliente (ARPU) continua em queda, quer numa comparação com o ano anterior (5,7 por cento), quer na comparação com o quarto trimestre de 2006 (4,4 por cento).



Por outro lado, as receitas de dados da operadora continuam a evoluir favoravelmente e só no 4º trimestre do ano passado cresceram 40 por cento, passando a representar cerca de 20 por cento do total de receitas da empresa, mais 5 por cento que no final do ano anterior.



Rede fixa perde 319 mil clientes



Na rede fixa a PT continuou a perder acessos e terminou o ano fornecendo 4,4 milhões de linhas, menos 228 mil que no final do ano passado. No retalho a queda foi maior. O incumbente perdeu 319 mil clientes, numa quebra de 5,2 por cento face aos valores apurados para o final do ano passado.



Os números mostram ainda que no retalho ADSL a empresa perdeu 33 mil clientes, embora o número seja resultado de uma limpeza à base de dados que eliminou 103 mil clientes pré-pagos inactivos. Indicador positivo é o da receita média por cliente que aumentou 1,1 por cento para pouco mais de 30 euros. No serviço de IPTV a empresa acumulava no fim do ano 21 mil clientes.



No negócio fixo as receitas operacionais da PT fixaram-se nos 2 mil milhões de euros, recuando 5,3 por cento face a 2006. O EBITDA ultrapassou os mil milhões de euros, caindo 6 por cento.



No relatório e contas o grupo destaca ainda outros impactos negativos no seu balanço, onde se incluem os 206 milhões de euros pagos em impostos ou os 260 milhões de euros associados ao processo de redução de efectivos. Nesta área refira-se também que o processo de autonomização da PT Multimédia teve um custo total de 24 milhões de euros relativos a pessoal, reorganização e reestruturação TI.



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