Um ano após a fusão com a Compaq, a Hewlett-Packard divulgou ontem resultados financeiros
melhores do que o previsto, tendo, no entanto, anunciado ao mesmo tempo
cortes adicionais de postos de trabalho para ajustar a sua força de trabalho a uma fraca procura de equipamento de tecnologia de ponta.

A gigante de informática, que se encontra actualmente num processo de
eliminação de 17.900 postos de trabalho – em resultado da fusão –, afirmou que iria despedir mais 3.500 funcionários durante a segunda metade deste ano. Contudo, a empresa afirmou que, ao mesmo tempo, irá acrescentar quatro mil empregos em outras áreas de negócio. Os cortes foram anunciados ao mesmo tempo que eram divulgados lucros e receitas que ultrapassaram as estimativas dos analistas de mercado.

Assim, durante os três meses que terminaram em 30 de Abril, a HP registou
lucros no valor de 659 milhões de dólares ou 22 cêntimos por acção, comparado com lucros de 252 milhões de dólares ou de 13 cêntimos por acção no mesmo período do ano passado - antes da finalização da fusão no valor de 19 mil milhões de dólares com a Compaq.

As vendas durante o segundo trimestre do ano fiscal da HP foram de 18 mil
milhões de dólares, uma ligeira descida em relação aos 18,2 mil milhões de dólares contabilizados no final do ano passado, embora represente um pequeno crescimento perante os 17,9 mil milhões de dólares verificados no primeiro trimestre.

Não contando com determinados itens especiais, a fabricante de equipamento informático lucrou 877 milhões de dólares ou 29 cêntimos por acção. Os analistas esperavam um lucro de 27 cêntimos com base em vendas de 17,7 mil milhões de dólares. As concorrentes Dell e IBM divulgaram recentemente um maior crescimento das receitas em termos
anuais. Mas, a HP salientou que os dados relativos a um ano atrás não fornecem um barómetro rigoroso do crescimento das receitas, dado que, enquanto companhias autónomas, a HP e a Compaq possuíam produtos concorrentes.

Carly Fiorina, directora executiva da HP, afirmou que a concorrência registou descidas nas receitas entre o primeiro e o segundo trimestre do ano fiscal ao passou que a fabricante especializada em equipamentos de impressão assistiu a um crescimento. De acordo com a companhia, o seu negócio de sistemas servidores esteve perto de atingir o lucro, ao passo que os seus sistemas pessoais registaram lucros, bem como a sua divisão de consultoria.

Fiorina afirmou que não existem actualmente sinais que indiquem um aumento do investimento total dos clientes empresariais em TIs. Contudo, a companhia divulgou que os analistas estão a apontar para estimativas de 62 cêntimos por acção com base em vendas de 36,4 mil milhões de dólares no segundo semestre do ano.

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