Os ataques de ransomware assumiram um crescimento exponencial nos últimos anos, ligado também ao crescimento de criptomoedas como a Bitcoin, indica o último relatório da at Immunefi. No top dos 10 principais ataques de cripto-ransomware desde 2020 estão alguns dos casos mais mediáticos, entre os quais o ataque à CNA Financial que levou a um pagamento de 40 milhões de dólares.
O relatório Top Crypto Ransomware Payments, hoje divulgado, revela que os lucros de ataques de cripto-ransomware foram de 69,3 milhões de euros em Bitcoin, pagos a organizações de hackers que exploraram a localização em regiões com jurisdição de alto risco e com ligações fracas com o sistema financeiros europeu e da américa do norte.
"Com o aparecimento e crescimento de criptomoedas como a Bitcoin, os ataques de ransomware assistiram a um aumento notável em popularidade, dado grupos de ransomware acreditarem que criptomoedas eram essencialmente anónimas, não-rastreáveis e poderiam facilitar pagamentos muito maiores do que quando o processo se encontraria dependente de sistemas financeiros tradicionais", explica o relatório.
Veja alguns dos dados do relatório e a lista das organizações atacadas
Só o ataque à CNA tem um peso de mais de 57% no total de pagamentos de ransomware listados pela Immunifi, mas na listas estão também a JBS com 11 milhões pagos, a CWT com 4,5 milhões e a Brenntag com 4,4 milhões.
Para cada um dos ataques refere-se a origem e o grupo envolvido, permitindo perceber que a maioria teve origem na Rússia ou na Europa Ocidental, mas também no Irão.
Entre as estirpes de ransomware mais utilizadas nestes ataques o relatório aponta a Phoenix CryptoLocker, DarkSide, REvil/Sodinokibi, LockBit e Ragnar Locker, descrevendo o modo de operação e os grupos que as utilizam.
No relatório a Immunifi adianta ainda que, para evitar que as autoridades sigam o rasto dos pagamentos, os grupos de ransomware usaram "técnicas de ofuscação" para aumentar a anonimização, incluindo o desenvolvimento de código com um estilo semelhante ao de outros grupos rivais. As operações são ainda cada vez mais complexas, recorrendo a sistemas operativos como Linux Tails, com várias camadas de ligações de rede.
A Immunifi deixa ainda alguns conselhos sobre a forma como as empresas se devem proteger deste tipo de ataques e como um bom sistema de backup e recuperação de desastre pode contribuir para ultrapassar um ataque informático.
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