Segundo os dados de 2013 a faturação cresceu 22% para os 70 milhões de euros depois de se ter fixado em 57,2 milhões em 2012 e superando o ano de 2008, que detinha até agora o recorde de receitas.

"A subsidiária portuguesa está de parabéns, e tem sido reconhecida pelo seu desempenho a nível internacional. O mérito é dos colaboradores e da confiança dos clientes na SAP", afirmou Paulo Carvalho, diretor geral da SAP Portugal, num encontro com jornalistas.

Uma conjugação de fatores contribuiu para o bom desempenho, com a atividade em Portugal a crecer cerca de 10% mas também pelo reforço da exportação de serviços. Esta área duplicou o peso nas receitas da empresa, atingindo já os 23%, em grande parte fruto da atividade do Centro de Serviços criado em 2012.

Paulo Carvalho destacou também a transformação do negócio que tem sido registada nos últimos anos, com a área de software ERP a registar um peso cada vez mais reduzido. Há cinco anos atrás este segmento tinha um peso de 75% na faturação e atualmente ronda os 27%, fruto do crescimento de outras áreas como a analytics, bases de dados SAP HANA, cloud e mobilidade.

Para 2014 a ambição é "fazer melhor", adianta Paulo Carvalho. "Não perdemos a ambição de crescer", garante, justificando que a estratégia está muito focada no alinhamento do grupo mas que acredita que há espaço para crescer, até porque a oferta da SAP também cresceu e ocupa agora novos segmentos, nomeadamente a oferta da Cloud onde a empresa acredita que existem grandes oportunidades.

O Centro de Serviços é um dos pólos de crescimento para este ano, e a empresa pretende recrutar cerca de 100 novos colaboradores para reforçar competências.

Administração Pública precisa de um "Marquês de Pombal"
Questionado pelo TeK sobre o sector da Administração Pública (AP), Paulo Carvalho lembra que este é um dos segmentos estratégicos da empresa a nível global, mas que em Portugal não cresce. E não por falta de necessidade de mudar as infraestruturas de TI e de serviços.

"Como país temos de tomar uma decisão de modernizar a Administração Pública. Foram feitas algumas coisas nos últimos anos, mas muito no front office e não no back office", justifica, admitindo que quem conhece as estruturas por dentro sabe que são arcaicas, pesadas, com duplicações e pouco eficientes. "É preciso simplificar", alerta, admitindo que quando essa decisão acontecer haverá oportunidades de negócio para empresas como a SAP.

"Precisamos de um Marquês de Pombal que redesenhe a AP. a iniciativa não pode ser só do Governo mas do país, ou não haverá capacidade para fazer as reformas necessárias", defende. "Estamos interessados em trabalhar com a AP, temos projetos de sucesso, mas as decisões que têm de se tomar são decisões de fundo".

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico