Num mundo imprevisível, só podemos antecipar o futuro se fizermos parte dele. A convicção é de Carlos Zorrinho, coordenador nacional da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico, a quem coube dar o mote inicial para mais um SAS Fórum, que começou ontem em Lisboa e se prolongará durante esta terça-feira.

"No futuro vamos ter uma condição fundamental no seio das nações: ou ser actor ou ser espectador. Um país com muitos actores terá mais sucesso, referiu Carlos Zorrinho aludindo ao tema proposto para esta 13ª edição da conferência anual do SAS, "Antecipando o Futuro".

O coordenador do Plano Tecnológico acredita que a chave da inovação 2.0 está no envolvimento das pessoas com os projectos de produtos. " Na inovação 2.0 as pessoas têm de sentir que também fazem parte da construção daquilo que se pretende produzir".

Perante a crise financeira que se faz sentir, Carlos Zorrinho pensa que possam suceder duas situações: o acicatar dos nacionalismos ou o desenvolvimento de uma rede, que conduzirá a uma liderança em rede. Nesse contexto Portugal poderá ser líder, considera.

"Não faz sentido pensarmos que Portugal poderia liderar globalmente num contexto geográfico, mas num contexto em rede isso poderá muito bem acontecer".

Para tal temos de usar a inovação com dois objectivos, alerta Carlos Zorrinho, o de fortalecer as redes internas e o de qualificar as pessoas, empresas e territórios.

Neste contexto, o Plano Tecnológico surge como um desafio para todos, pedindo-lhes uma nova atitute: "a de acreditarmos que podemos mudar alguma coisa".

Pensar sustentável

O "futuro em rede" é uma ideia partilhada por Filipe Duarte Santos, professor na Universidade de Lisboa e uma referência nacional em matéria ambiental, na sua teoria para alcançar um desenvolvimento sustentável. "Podemos funcionar em rede ou isolar-nos nos nossos países, mas ao insistirmos numa visão fragmentada, podemos não ser brindados pelo desenvolvimento sustentável", alertou durante a sua intervenção na abertura oficial do SAS Fórum.

Iniquidade de desenvolvimento e pobreza, sustentabilidade da energia, alterações climáticas e segurança alimentar são quatro aspectos cruciais que será necessário resolver para alcançarmos o desenvolvimento sustentável, na opinião de Filipe Duarte Santos.

O SAS Fórum começou ontem e decorre até ao final desta terça-feira, reunindo 750 participantes de 200 organizações que terão ao seu dispor cerca de 40 apresentações e workshops que pretendem demonstrar como a utilização inteligente da tecnologia pode conduzir as empresas a superar os riscos acrescidos pelo actual cenário de incerteza económica global.

As tendências do business intelligence para as áreas do risco de negócio, gestão de desempenho, previsão e planeamento estratégico, marketing, qualidade e inovação e desenvolvimento sustentável estarão em destaque neste 13º encontro anual do SAS.