A livre concorrência no mercado de telecomunicações português não pode ser posta em causa pela separação da PT Multimédia do Grupo PT, defendeu Nellie Kroes, comissária europeia da concorrência. Em declarações à Agência Lusa a comissária explica que ainda não está a analisar a questão mas que a sua responsabilidade é garantir que os novos accionistas e a estrutura dão garantias de seguir as regras da concorrência.



"De forma geral, só me interessa se a nova empresa pode ameaçar a concorrência livre e equilibrada no mercado em que se insere ou se ocupa uma posição de monopólio", afirma a comissária, citada pela agência noticiosa portuguesa.



A data do spin off da PT Multimédia não está ainda definida, mas depois de rumores que a projectavam já para o próximo ano tem havido notícias a apontar o Outubro como o mês de início do processo, nomeadamente avançadas por Daniel Proença de Carvalho, chaiman da PT Multimédia ao Jornal de Negócios que adiantou que a composição da nova administração será conhecida ainda em Setembro.



Algumas notícias dizem também que a Autoridade da Concorrência não está satisfeita com o modelo de cisão, sobretudo com a manutenção cruzada de accionistas, como a Caixa Geral de Depósitos e o Banco Espírito Santo, o que poderá por em causa a concorrência.

A separação da área de multimédia do Grupo PT é uma promessa feita por Henrique Granadeiro na sequência da OPA da Sonaecom à empresa e faz parte das reivindicações dos novos operadores de comunicações que acreditam que a detenção da rede de cabo e de cobre nas mãos do mesmo Grupo limita a concorrência efectiva em Portugal. Actualmente a Autoridade da Concorrência e o regulador das comunicações estão a analisar o processo de separação das empresas.

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