A Sonaecom enviou hoje um comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários onde reafirma que não vai voltar a subir o preço proposto para a compra de acções da Portugal Telecom na OPA em curso. A empresa refere a existência de rumores sobre uma eventual nova subida do valor, destinados a confundir os accionistas, e pretende por isso clarificar a sua posição.

“Face a rumores persistentes de que a Sonaecom poderia estar a contemplar
determinadas estruturas tendentes a aumentar, de modo directo ou indirecto, a
contrapartida oferecida aos accionistas da PT no quadro da oferta pública de aquisição actualmente em curso, a Sonaecom vem prestar os seguintes esclarecimentos: A Sonaecom tornou claro, em 15 de Fevereiro de 2007, que a sua oferta de 10,50 € por acção, é final e definitiva”, pode ler-se no documento.

Já aquando do anúncio da subida do preço proposto de 9,5 para 10,5 euros, naquele que foi apelidado como o “preço da paz”, a administração da Sonaecom tinha garantido que este era o preço final. Agora a empresa reafirma que “para prevenir quaisquer dúvidas, a Sonaecom confirma taxativamente que não aceitará quaisquer mecanismos destinados a proporcionar aos destinatários da oferta um valor superior ao acima referido, ainda que por forma indirecta”.

No documento a Sonaecom volta a referir que o que está verdadeiramente em causa neste momento é a decisão dos accionistas na Assembleia Geral da PT, marcada para 2 de Março, de desbloquear ou não os estatutos da empresa que não permitem a aquisição de mais de 10% do capital.

“Autorizar a Sonaecom a adquirir mais de 10% do capital da PT e desblindar os estatutos assegurará a todos os accionistas o direito de escolha e a possibilidade de receber 10,50 € por cada acção, caso assim o pretendam. Votar contra essas medidas significa votar contra a democracia accionista e o princípio fundamental de que a cada acção deve corresponder um voto”, refere o comunicado.

Recorde-se que ainda ontem a CMVM afirmou em comunicado que os accionistas da Portugal Telecom que bloqueiem as suas acções para participarem na Assembleia Geral a 2 de Março podem desbloqueá-las e vendê-las até 24 horas antes daquela reunião. Este comunicado surge depois do presidente da mesa da Assembleia Geral da PT afirmar que não aceitaria desbloquear as acções que tinham sido bloqueadas para presença na Assembleia depois do dia 23 de Fevereiro.

Proposta da PT inferior aos 10,5 euros oferecidos na OPA
Ainda ontem, já depois das 21 horas, a Sonaecom publicou na CMVM uma nova resposta ao plano de defesa da Portugal Telecom, onde afirma que este apenas pretende confundir os accionistas e que é “claramente inferior aos 10,5 euros oferecidos por acção hoje”.

Desmontando ponto por ponto a oferta da Administração da PT, a Sonaecom afirma que trocar o valor certo de 10,5 euros por acção pela hipótese de um buy back a 11,5 euros, que não é garantido, é uma má opção, voltando a apelar ao voto da Assembleia Geral.

O comunicado acrescenta ainda os riscos inerentes ao falhanço da OPA lançada sobre a PT, alegando que muito provavelmente as acções da Portugal Telecom vão cair rapidamente, que a operadora histórica será forçada a vender a PT, que está claramente sobre valorizada em relação a outras empresas congéneres na Europa e que o mercado fixo em Portugal ficará sujeito a uma grande pressão regulatória e concorrencial.

No móvel os argumentos salientam a pressão de mercado da Vodafone, acrescentando ainda a Sonaecom que a nível internacional os riscos se centram na dispersão das participações em várias empresas sem sinergias claras, assim como a perda de quota de mercado contínua da Vivo.

Nota da Redacção: [11:58:00] A notícia foi actualizada com mais informação sobre a resposta da Sonaecom ao novo plano da PT.

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