Mais informados e “mais inteligentes”, os consumidores portugueses têm mudado o seu padrão de compra nos computadores portáteis e são agora mais exigentes, optando por produtos mais premium e com design e funcionalidades mais avançadas. Vasco Oliveira, responsável pela área de consumo da Lenovo em Portugal admite que esta é uma tendência. “Temos dificuldade em vender produtos até 400 euros […] a percentagem de vendas desta gama tem diminuído em relação ao premium”, explica em entrevista ao SAPO TEK.

“O cliente português é inteligente. Como a compra de um portátil pesa mais no orçamento em Portugal do que na Dinamarca, ou até em Espanha, procura garantir que o produto é melhor, e que a qualidade perdura mais no tempo”, afirma. E isso nota-se menos no valor médio de vendas, que na Lenovo em Portugal está acima do registado no mercado espanhol.

A Lenovo revelou ontem os resultados globais, com um recorde de faturação acima dos 51 mil milhões de dólares, e uma subida nos lucros, e os resultados ibéricos são também positivos, como destacou Alberto Ruano, o diretor geral da Lenovo Ibéria, durante a reunião de Kick off que decorreu em Bucareste, na Roménia.

Os números de vendas em Portugal não foram revelados, mas Vasco Oliveira diz que a faturação tem sido “continuamente melhor do que as melhores expectativas”. O mercado informático está consolidado e mesmo sendo líder a nível mundial a empresa não esperava conseguir uma recetividade tão boa no mercado português, nem um nível de crescimento da adoção tão rápido. “Em três anos mais do que triplicámos o market share e isso aconteceu antes do que era expectável […] estamos numa posição em que estamos a lutar pela liderança [no mercado de consumo]”, refere o executivo.

Mesmo assim Vasco Oliveira reforça a ideia de que o importante não é lutar pela liderança só em números, mas trazer produtos de valor acrescentado e acesso a máquinas inovadoras. A opção por discos SSD e características mais premium, assim como design mais apurado, fazem parte da estratégia. “No regresso às aulas 100% do nosso lineup de notebooks vai ser Ultrathin”, justifica.

tek lenovo
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O gaming é também uma das tendências a crescer e já representa mais de 20% da faturação da Lenovo em Portugal, mais do que duplicando valores de há dois anos. Também os convertíveis são uma gama com muito crescimento, com o mercado a crescer mais de 30%.

“Há uma alteração na dinâmica do mercado, antes os clientes olhavam muito para as especificações técnicas. Hoje o design está no topo das considerações, como a autonomia, o carregamento rápido e a segurança”, destaca Vasco Oliveira.

O preço não deixou de ser importante e a GfK já destacou que Portugal é um dos países onde o volume de compras em períodos de promoções é mais importante. E a Lenovo acompanha? “Temos o nosso ADN e juntamente com os parceiros fazemos as promoções adequadas […] Não somos os mais baratos, não é esse o nosso propósito”, afirma.