A Comissão Europeia informou os Estados-membros que pretende investigar se a China está ou não a subsidiar as fabricantes de modems sem fios do país, naquilo que constituiria uma prática lesiva da concorrência, avança a agência Reuters.

A tomada de posição surge na sequência de uma queixa apresentada pela fabricante europeia Option, que também produz aparelhos para ligação sem fios à Internet e fornece os modems usados por gigantes das telecomunicações como a Vodafone e a Telefónica.

A empresa terá afirmado que o Governo chinês estaria a oferecer, às concorrentes asiáticas, subsídios directos, empréstimos a baixo custo e financiamento estatal para investigação e desenvolvimento - como parte de um esforço para substituir as suas exportações de baixa tecnologia por uma posição dominante no mercado das telecomunicações.

A queixosa defende que estas medidas se destinam directamente a "reforçar a posição das empresas do país nos sectores de telecomunicações e tecnologia de informação, com o propósito expresso de torná-las grandes concorrentes no mercado mundial", cita a agência.

De acordo com a mesma fonte, em 2009, as exportações chinesas de modems wireless, destinados a computadores portáteis e de secretária, atingiram os 25 milhões de unidades e 1,25 mil milhões de euros, sendo responsáveis por 90 por cento dos modems importados pela Europa (seguindo as estimativas da UE).

A Comissão terá agora de decidir, até meados de Setembro, se vai ou não dar início a uma investigação, que poderá ter como consequência a imposição de taxas de importação mais elevadas para os produtos em causa. Os Estados-Membros deverão, durante esta semana, expressar a sua oposição ao processo ou aprovar tacitamente o plano da Comissão.