O mercado português de música digital não está a crescer como acontece nos outros países e a culpa é da falta de medidas "concretas de combate à pirataria, defende a Associação Fonográfica Portuguesa (AFP) no dia em que apresenta os números relativos às vendas registadas no último ano.

As declarações polémicas são proferidas num comunicado enviado esta manhã aos meios de comunicação, em que a AFP aponta 2011 como o ano em que Portugal registou "um dos maiores recuos de vendas de música do mundo". As vendas combinadas dos mercados físico e digital registaram uma quebra de 26,46%.

Os dados "revelam também que o consumo digital legal de música não se consegue afirmar ao mesmo ritmo de crescimento exponencial que se regista no resto do mundo" e estão bastante abaixo também da média europeia.

O "estado embrionário" em que se encontra é "inaceitável face ao desenvolvimento tecnológico e de penetração de banda larga do país", acrescenta-se.

De acordo com os números avançados pela associação, nos últimos cinco anos o mercado português de música digital registou um crescimento de 54,55%, enquanto em países (apresentados como "de alguma forma comparáveis") como a Áustria, Bélgica, Dinamarca, Irlanda ou Noruega, os mercados digitais legais cresceram a uma média de 380%.

A comparação com os valores nacionais é proposta com base no estudo Recording Industry in Numbers, que inclui 50 países em todo o mundo. A AFP disponibiliza também um gráfico que ilustra a evolução do mercado digital legal em Portugal "comparativamente a países nos quais foi introduzida legislação de combate à Pirataria e/ ou onde se verificaram decisões legais no mesmo sentido" - segundo a descrição da associação.

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Fonte: AFP

Nos últimos três anos, e analisando conjuntamente os dados para o mercados físico e digital, a indústria musical portuguesa terá perdido cerca de 40% da faturação, acrescenta a AFP.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Joana M. Fernandes