São 3 mil as empresas que este ano marcaram presença no Web Summit mas quem passeava pelos cinco pavilhões da FIL sentia a falta de grandes stands e de inciativas arrojadas que encontrávamos em anos anteriores, onde se faziam "pitches" de ideias em elevadores, havia escorregas, piscinas de bolas e baloiços, entre ofertas de muito merchandising e unicórnios de peluche.

Mas será que o investimento de grandes empresas num stand faz sentido? E que retorno se consegue num evento desta dimensão? Ninguém partilha valores de investimento nos espaços reservados nos pavilhões da FIL, porém não é difícil calcular que deve ser elevado, também pela produção e alocação de pessoas, e que vale a pena fazer contas para medir o impacto.

Entre as diferentes opções que encontrámos este ano, há organizações que estiveram antes como expositores e que decidiram investir num modelo diferente, como a EDP, e regressos, como o da IBM que apostou numa das atividades que atraiu mais participantes.

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As presenças de maior dimensão no espaço dos pavilhões são de países, com o Brasil a destacar-se pela dimensão e animação, sobretudo com a música, o Qatar e a Alemanha a fazerem também uma aposta forte. Nestes casos são uma montra para as suas startups e para o ecossistema de inovação, e entre as conversas que fomos tendo ao longo dos dias o retorno é visto como positivo, considerando uma edição bem sucedida.

A organização refere delegações de negócios de 40 países, e só a Alemanha e o Brasil trouxeram 80 startups cada uma, enquanto a Ucrânia tem uma ilha com 24 startups, o mesmo número da Sérvia. A Irlanda, país onde nasceu o Web Summit, apresentou-se com 36 empresas.

Portugal estava também bem representado com o stand da Startup Portugal, pela dimensão e representatividade das startups. Em entrevista ao SAPO TEK, António Dias Martins, diretor executivo da Startup Portugal, diz que este é "um excelente ano, dos melhores de sempre do Web Summit", com um recorde de startups portuguesas a participar.

"Há 3 mil empresas presentes e 300 são portuguesas, com cerca de 150 a receber apoio direto da Startup Portugal e da Câmara Municipal de Lisboa", explica. O trabalho prévio da iniciativa Road to Web Summit, de preparação das empresas, com sessões de trabalho e mentoria, faz com que os dias de exposição se tornem mais produtivos, mas há também maior maturidade. "Este ano as startups do Road to Web Summit já somam mais de 30 milhões de euros de financiamento angariado, comparado com 11 milhões do ano passado", indica.

Em anos anteriores a EDP era uma das presenças mais ativas, com stands inovadores e com iniciativas arrojadas. Com uma presença diferente este ano, a empresa optou por investir de forma diferente no Web Summit. "Este é o maior evento de inovação do mundo, não podíamos deixar de estar presentes", justifica António Coutinho, CEO da EDP Inovação.

A opção passou por patrocinar palcos, promover masterclasses e trazer mais colaboradores da empresa ao evento, e a empresa vai agora fazer o balanço do novo modelo para perceber se traz mais resultado.

No caso da IBM a estratégia foi ao contrário. Depois de ter estado com um stand em 2017 e 2018, onde até se podia ver o computador quântico, volta agora a apostar num espaço onde mostra a inovação em Inteligência Artificial. 

Ricardo Martinho, presidente da IBM Portugal, explica que se replicou aqui algumas soluções já em produção em Wimbledon e no US Open, com uma mesa de ténis de mesa onde os dados são avaliados com a IA.

No último dia do Web Summit o balanço era já muito positivo. "Ultrapassou todas as expectativas", afirma Ricardo Martinho em entrevista ao SAPO TEK, adiantando que se conseguiu o recorde de mais pessoas registadas num stand da IBM a nível mundial numa feira, e empresa participa em muitas exposições.

O SAPO TEK acompanhou o Web Summit e pode seguir todas as notícias no dossier especial Web Summit 2024 e partilhar também as suas impressões com a redação através do email geral@tek.sapo.pt.

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