A ferramenta é o resultado de vários anos de investigação no domínio da linguagem natural, que acabaram por conduzir à criação de um produto, que a equipa agora pretende comercializar a nível global. Assenta num motor de pesquisa semântico, aqui aplicado ao estudo e análise de dados de negócio. Permite transformar linguagem natural em linguagem técnica, fazendo com que qualquer utilizador possa interagir com os dados guardados no sistema da sua empresa, para solicitar a informação que pretende, sem necessidade de parametrizações técnicas. A lógica de funcionamento é idêntica àquela que pode encontrar em qualquer motor de pesquisa, como mostra um vídeo exibido no site.



Paulo Gomes, CEO da empresa, explica ao TeK que a ferramenta criada pela Wizdee vem posicionar-se num terreno que é hoje ocupado por soluções complexas, caras e que precisam de ser parametrizadas por técnicos, que criam os dashboards e os relatórios a partir dos quais a informação pode ser analisada.


A proposta da Wizdee passa por "encurtar significativamente esse hiato, tornando o acesso à informação muito mais rápido" e aliviando aos departamentos TI desse tipo de tarefas, defende Paulo Gomes.


A ferramenta permite a pesquisa por texto ou voz, uma característica que visa adequá-la aos diferentes suportes onde pode ser utilizada, desde o desktop, ao tablet, passando pelo smartphone, onde a pesquisa a partir de comandos de texto pode revelar-se menos apelativa, explica o responsável.
À data de lançamento o Wizdee vai disponibilizar conectores para várias bases de dados genéricas e para Sales Force. O plano passa por nos próximos meses continuar a trabalhar no desenvolvimento de mais conectores, abrindo portas à ligação do software com um leque cada vez mais abrangente de produtos.


A solução de Business Intelligence da Wizdee foi desenvolvida ao longo dos últimos três anos, depois de a equipa identificar uma oportunidade de mercado nesta área. Em 2014 atraiu um investimento de 760 mil euros da Portugal Ventures e da Novabase Capital e garantiu as condições necessárias para acelerar o desenvolvimento do produto e reforçar a equipa, que hoje conta com 13 elementos.


A tecnologia já tem pilotos em Portugal e numa empresa norte-americana. Também conta desenvolver, já este ano, algum trabalho no mercado britânico. A partir de 2016 inicia o esforço de internacionalização com os olhos postos no mercado norte-americano.


Paulo Gomes, professor da Universidade de Coimbra faz investigação há quase duas décadas na área da linguagem natural. Fundou a empresa com Bruno Antunes, doutorado em Inteligência Artificial e responsável por projetos associados a Semântica Web.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico