A Zoom tornou-se numa das plataformas de videoconferências mais populares durante a pandemia de COVID-19 e, embora volte a enfrentar uma polémica por não disponibilizar reuniões virtuais encriptadas na versão grátis, os mais recentes resultados financeiros da empresa refletem o seu crescimento exponencial.
No período entre fevereiro e abril deste ano, as receitas da empresa atingiram os 328 milhões de dólares, num aumento de 169% face a 2019. Os lucros da Zoom chegaram aos 27 milhões de dólares. Há um ano, os valores situavam-se nos 198.000 dólares.
Com a revelação dos resultados financeiros, as ações da Zoom valorizarem três por cento a 2 de junho, subindo para os 213,60 dólares. O valor é cinco vezes maior do que preço da sua oferta pública inicial (IPO), há 14 meses, a 36 dólares. A cotação bolsista da empresa situa-se agora nos 59 mil milhões de dólares.
Na conferência de imprensa virtual onde a Zoom deu a conhecer os mais recentes resultados financeiros, Eric Yuan, CEO da empresa, afirmou que apenas serão disponibilizadas reuniões encriptadas para a versão premium da plataforma, avança a Bloomberg.
“Não queremos dar isso [encriptação de ponta-a-ponta] aos utilizadores grátis. Porque também queremos colaborar com o FBI e com autoridades locais caso alguém use a Zoom com maus propósitos”, declarou o responsável.
As declarações de Eric Yuan geraram polémica entre os internautas e a imprensa internacional dá conta de vários especialistas da área de cibersegurança que protestaram contra a atuação da imprensa nas redes sociais.
Perante a contestação online, Alex Stamos, consultor de segurança da Zoom, partiu também para o Twitter para esclarecer a decisão da empresa. O consultor explicou que a empresa está a tentar encontrar um equilíbrio entre a melhoria da privacidade dos utilizadores e a redução do impacto das violações às políticas da plataforma.
Segundo Alex Stamos, os utilizadores que querem usar a Zoom com más intenções acabam por fazê-lo através de contas gratuitas que possam facilmente ser eliminadas. O consultor indicou ainda que a decisão da empresa poderá não eliminar todo o tipo de abusos, mas poderá reduzi-los.
Recorde-se que a Zoom adquiriu a Keybase, uma startup especializada em serviços de comunicação com encriptação ponta-a-ponta como parte do plano de 90 dias que a empresa se comprometeu a cumprir com o objetivo de retificar as falhas de segurança da plataforma. Na altura, a empresa tinha já indicado que as funcionalidades desenvolvidas pela Keybase não estariam disponíveis para quem usa a versão grátis.
Embora tenha visto a sua popularidade aumentar devido à implementação de medidas de isolamento social um pouco por todo o mundo, a Zoom tem vindo a enfrentar vários problemas de segurança: desde ataques de Zoombombing que impediram o funcionamento das aulas à distância a vulnerabilidades que poderão ser aproveitadas por ciberespiões, passando ainda por fugas de informação na Dark Web.
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