À medida que o 5G avança em vários países, incluindo em Portugal, estão já a ser tomados passos tendo em vista o desenvolvimento da próxima geração de redes móveis. Estima-se que a chegada do 6G ainda esteja a vários anos de distância, mas até lá, o 5.5G, também conhecido como 5G Advanced, quer afirmar-se como o próximo passo nesta evolução.

Como explica a Counterpoint Research, o 5.5G promete um desempenho 10 vezes superior ao do 5G convencional, com velocidades de downlink de 10 Gbps e de uplink de 1 Gbps. As redes 5.5G serão capazes de suportar 100 mil milhões de ligações IoT. Por comparação, o número de ligações deste tipo suportadas pelas redes 5G convencionais situa-se nos 10 mil milhões.

A maior redução na latência é outro dos pontos de destaque do 5.5G, além de reduções significativas no consumo de energia pelas redes. Ao trazer uma conectividade e experiência de utilizador melhorada, o 5.5G permitirá novas experiências interativas e imersivas, em combinação com tecnologias como realidade virtual.

Para assegurar a experiência de “10 Gbps em todo o lado” é necessário que sejam adotados padrões comuns por todo o mundo. O processo está a ser feito através do Release 18 da 3GPP, no entanto, toda a indústria terá de trabalhar em conjunto para finalizar este padrão até à data planeada.

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Espera-se que o Release 18 esteja finalizado até ao primeiro trimestre de 2024, para assegurar o início da implementação do 5.5G a partir de 2025. Além disso, para impulsionar todo o potencial do 5.5G será necessário mais espectro, sobretudo na faixa dos 6GHz e da gama das ondas milimétricas entre 24GHz e 100GHz.

Outro dos aspectos fundamentais para a implementação do 5.5G é a adaptação das redes, assim como dos equipamentos, que precisam de ser atualizadas com chips e outras tecnologias que suportem a próxima geração de redes móveis.

A experiência de “10 Gbps em todo o lado” envolverá também atualizações nos padrões de banda larga baseada em fibra ótica, além dos padrões da Rede de Acesso Rádio (RAN) 5G e das redes Core 5G.

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No que respeita à fibra ótica, esta é uma área onde a Europa está em risco de falhar as suas metas de cobertura, que preveem que todos os lares europeus estejam cobertos por redes Gigabit até 2030. Ainda em fevereiro, a Comissão Europeia apresentou novas medidas para acelerar a conectividade e assegurar que as metas são cumpridas atempadamente.

Neste sentido, a proposta do Gigabit Infrastructure Act apresenta-se como uma regulação que vai "permitir aumentar significativamente" a velocidade das redes na UE, tendo também como objetivo duplicar a cobertura de fibra ótica no território, como detalhado por Thierry Breton, comissário para o mercado interno.