"As expectativas iniciais muito positivas que estiveram na base dos grandes investimentos no mercado móvel degradaram-se e essa degradação levou à redução do número de operadores e à consolidação do sector". Carlos Casqueiro, do BPI, introduzia assim o tema da consolidação para a discussão do painel "Comunicações Móveis: que desafios?", no última dia do Congresso das Comunicações, promovido pela APDC, afirmando que o mercado português não tem viabilidade para sustentar três operadores, e muito menos quatro - cenário viável com a anterior previsão de entrada da OniWay. O número ideal seria dois. "Reduzindo o número de operadores para metade haveria benefícios para os operadores, clientes e para o país como um todo", sugeriu o responsável.



O cenário de apenas dois operadores de telecomunicações móveis para o mercado português não desagrada à Vodafone, segundo António Coimbra, vice-presidente da operadora em Portugal. "Em mercados pequenos achamos que há lugar, no máximo, para dois operadores e meio", reiterou mais uma vez.



Enquanto António Soares, da TMN, lembrou que para haver consolidação do mercado tem de haver vontade de vender e vontade de comprar, afirmando que a sua operadora vai estar atenta à conquista de mais quota de mercado, António Casanova, da Optimus, fez valer o seu ponto de vista discordante. "Enquanto os operadores tiverem encaixes positivos é porque o mercado os pode suportar".




À margem da conferência, António Coimbra disse ainda aos jornalistas que a resposta formal à proposta de aquisição dos activos da OniWay ainda não tinha chegado à Vodafone e que era esperada até amanhã.




Se a OniWay não arrancar efectivamente, o vice-presidente da Vodafone defende a divisão do espectro resultante pelos restantes operadores. Questionado quanto a um novo concurso para atribuição da quarta licença para operar em UMTS, António Coimbra respondeu afirmando que tal seria o "absurdo dos absurdos". "Depois dos investimentos realizados e da decisão de suspensão de um dos projectos, depois de tudo o que aconteceu, não me parece que essa decisão faça qualquer sentido", indicou.



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