Mariano Gago, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior explicou hoje na abertura do 15º Congresso das Comunicações da APDC que o Governo optou por não estender o apoio fiscal para a compra de PCs às comunicações, porque estas "são caras e não há ainda um ambiente concorrencial ideal". Recorde-se que este benefício fiscal para a compra de equipamento informático será concedido às famílias nos próximos três anos e não contempla serviços de telecomunicações.

Já à margem do evento, o ministro reiterou que "é absolutamente indispensável reforçar as condições de concorrência em Portugal". "Não creio que seja razoável neste momento o Estado estar a contribuir directamente para a redução de custos das comunicações, a não ser fomentando a concorrência, quer entre operadores de telecomunicações, quer no investimento desses mesmos operadores para levar a banda larga em boas condições de preço a todos os
cidadãos portugueses".



É desta forma que Mariano Gago entende o papel do Estado neste momento, enquanto dinamizador da Sociedade da Informação. O ministro lembrou que nessa linha o Governo tem em marcha um programa de cobertura das escolas do país com banda larga, um objectivo que foi já cumprido em dois terços das instituições de ensino.

A edição 2005 do congresso da APDC, que fica marcada pela ausência da Sonaecom em protesto contra a não discussão das questões estruturais do sector, foi iniciada pelo presidente da associação, Norberto Fernandes, que apresentou alguns números.

Segundo estes dados, as vendas e prestações de serviço do sector em 2004 atingiram os 8.515,9 milhões de euros, contabilizando comunicações electrónicas e serviços postais. Para 2005 é esperado um crescimento para 8.515,9 milhões de euros e no ano seguinte para os
8.918,7 milhões de euros, segundo dados da Anacom (2004) e do EITO/IDC (2005/2006).

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