Sessenta e dois por cento dos utilizadores da TDT - perto de um milhão de lares - queixam-se da qualidade do sinal. Os dados são da DECO que hoje publica os resultados de um estudo realizado m novembro, para aferir a satisfação dos consumidores que continuam a usar a televisão em sinal aberto com o novo serviço digital. Segundo os números, 13% dos utilizadores da TDT não conseguem mesmo seguir o curso normal das emissões de televisão por deficiências na receção do sinal.




Não admira por isso que a principal queixa dos inquiridos pela DECO relativamente à TDT tenha a ver com a qualidade do serviço. O custo da mudança é o segundo motivo de insatisfação mais apontado, com a maioria das famílias a terem suportado custos até 99 euros para garantir a migração, opara adaptar as televisões antigas à nova tecnologia. Em 15% dos lares os custos de transição foram maiores, com as famílias a terem de adquirir novo televisor.




A associação de defesa do consumidor destaca ainda na pesquisa os efeitos perversos do que considera ter sido uma má comunicação do processo de migração, que empurrou muitos consumidores para alternativas pagas. Em 71% dos lares com televisão paga mais de 5% tornaram-se clientes durante o último ano na sequência das dificuldades com a migração para a TDT.




O estudo da DECO também teve como objetivo analisar a perceção dos consumidores relativamente à informação prestada durante o processo de migração. Concluiu que para 45% dos inquiridos foi má ou muito má.




Face às conclusões, a DECO exige "o cumprimento integral do contrato de concessão" pela PT e a resolução de todas as queixas sem que isso resulte em custos adicionais para os utilizadores. A associação também facilita o processo de reclamação, disponibilizando um formulário próprio, que depois de preenchido pelo consumidor segue para a PT e Anacom.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira