Noventa por cento dos habitantes do concelho de Alenquer "sabe o que tem de fazer para migrar para a Televisão Digital Terrestre", conclui um inquérito realizado pela Autoridade Nacional das Comunicações, na zona onde o sinal de TV analógica é desligado amanhã.

De acordo com os dados divulgados hoje, 82 por cento dos residentes tem televisão paga e apenas 16 por cento dos televisores não estão preparados para a TDT.

Os inquéritos foram feitos antes da primeira sessão de esclarecimento e da distribuição de um guia porta-a-porta sobre a migração, esclarece a Anacom - que entretanto tem levado a cabo um "vasto programa de divulgação sobre a migração para a TDT junto da população".

Ainda segundo os números do regulador, 80 por cento das famílias que precisam de fazer adaptações para a TDT são potenciais beneficiárias de um programa de subsidiação.

Os números são apresentados depois de o presidente da Associação Nacional de Municípios, Fernando Ruas, e a vice-presidente da Comissão Política do PSD, Nilza Sena, virem pedir o adiamento da introdução da TDT, prevista para abranger todo o território nacional até Abril de 2012.

Durante o dia de hoje a Deco revelou também ter recebido mais de 206 pedidos de informação sobre a Televisão Digital Terrestre, um quarto dos quais são denúncias de cidadãos que sentem que os operadores de televisão por cabo estão a tentar aproveitar-se da situação para vender os seus serviços.

Os valores foram avançados à Agência Lusa pelo responsável pelas Relações Institucionais da revista Deco Proteste, que explicou que quando os pedidos chegam à associação são reencaminhados para a Anacom - responsável pela migração da televisão analógica para a digital.

Destes 206 pedidos de informação, alguns são sobre questões técnicas, outros dizem respeito ao calendário para o corte do sinal analógico, mas cerca de um quarto são denúncias de práticas que "têm sido levadas a cabo nos últimos meses por alguns operadores de televisão por subscrição", detalhou Tito Rodrigues.

"O que se passava é que havia uma publicidade direccionada, onde se fazia o apelo para que as pessoas para não deixarem de ter televisão subscrevessem um pacote - mais reduzido do que costuma ser o pacote mínimo, no caso da ZON - para que tivesse acesso aos quatro canais e no qual acabava também por ser oferecido um conjunto de outros serviços, nomeadamente o serviço telefónico para chamadas nacionais", explicou o responsável, citado pelo Jornal de Notícias.

O comportamento da operadora já tinha merecido a atenção da Autoridade Nacional das Comunicações, que manifestou na altura o seu repúdio pela situação com que foi confrontada durante uma acção de fiscalização em Alenquer.