Vai demorar mais tempo que o previsto até que seja conhecido o plano nacional norte-americano para a banda larga. O desígnio nasceu com o plano americano de recuperação da economia e tem vindo a ser trabalhado pelo regulador que deveria apresentar resultados ao Congresso em Fevereiro.

O trabalho coordenado pela Comissão Federal das Comunicações visou primeiro fazer um retrato do país em termos de acesso à Internet e à banda larga e face às conclusões enumerar prioridades.

Ao longo dos últimos meses alguns dados do trabalho têm sido conhecidos. Uma das constatações é que o acesso à banda larga predomina entre as famílias com maiores rendimentos. Cerca de 90 por cento das famílias com rendimentos superiores a 100 mil dólares têm banda larga. Quando a renda baixa para os 20 mil dólares a percentagem de famílias com acesso à tecnologia desce para os 35 por cento. Outra conclusão é que os preços tendem a ser mais elevados nas zonas onde a oferta de serviços está restrita a um único fornecedor, confirmando regras básicas da economia.

Espera-se por isso que do leque de recomendações apontadas pelo regulador americano no plano estratégico - que deveria ser apresentado no próximo dia 17 de Fevereiro - constem não apenas linhas mestras para levar a banda larga às zonas rurais do país sem ofertas, mas também propostas de medidas para incentivar a contratação de novos serviços nas zonas e junto das populações que já se percebeu estarem dispostas a usar este tipo de serviço mas não beneficiam de ofertas concorrentes, para provocar efeitos ao nível dos preços.

A realoção de espectro, deixado livre pela migração para a TV digital é outro tema que tem estado em análise pela FCC e cuja proposta final será também revelada com a apresentação do plano.

Outra área visada pelo trabalho dos últimos meses é o fundo para o serviço universal gerido pela FCC e pago pelos consumidores americanos para ajudar a desenvolver as comunicações no país. O modelo em vigor, que direccionava verbas para os operadores tradicionais de comunicações fixas, deve ser revisto para que o fundo se torne mais um apoio no desenvolvimento dos serviços de banda larga.

Para levar a banda larga a todos os americanos a FCC já disse - baseada num dos estudos que realizou - que o país terá em mãos um
investimento
que pode variar entre os 20 e os 350 mil milhões de dólares, dependendo de opções como o débito mínimo.

Como já foi referido, a banda larga foi definida como uma prioridade pela administração Obama na recuperação do país da crise. Várias medidas têm sido anunciadas nos últimos meses a concretizar a prioridade.