O desenvolvimento e manutenção de relações proveitosas com parceiros, o lançamento e disponibilização de novos serviços, a gestão eficaz do crédito de risco e da retenção de clientes e a facilidade de utilização de serviços de valor acrescentado em roaming são, segundo a AMS (American Management Systems), empresa de consultoria internacional na área das tecnologias de informação, medidas que não podem ser esquecidas para que os operadores aumentem receitas, reduzam custos e planeiem a introdução da tecnologia móvel de terceira geração.



Apesar do actual contexto de incerteza vivido nos mercados de telecomunicações móveis, Brian Marshall, vice-presidente da consultora e responsável europeu da área de telecomunicações garante que os impulsionadores do sector estão prontos a avançar. "As actuais redes estão saturadas e os operadores precisam de expandir o seu leque de serviços, de forma a evitar a queda do ARPU [receita média por utilizador]", defende o responsável, acrescentando que é fundamental a realização de esforços concertados de forma a gerir eficazmente o abrandamento num ambiente cada vez mais competitivo.



Embora a aceitação ou sucesso dos serviços de 3G não seja fácil de determinar à partida, Brian Marshall argumenta quanto à inevitabilidade da criação de aplicações base, de modo a que os serviços de dados móveis - tanto a nível de 2,5G como de 3G - sejam introduzidos no mercado com a brevidade exigida.



Para o vice-presidente da AMS, a oportunidade de tirar proveito dos conteúdos depende do sucesso com que os operadores disponibilizam os conteúdos mais desejados pelos clientes e da capacidade para estabelecer, alterar e dissolver contratos com terceiros. Por outro lado, os fornecedores de conteúdos procuram o meio mais rápido para chegar ao mercado, sendo necessária uma infra-estrutura normalizada por parte dos operadores que permita o fornecimento destes serviços.



Brian Marshall refere também a importância da disponibilização de um acesso seguro para as redes e aplicações dos potenciais interessados, assegurando que os novos serviços têm uma configuração e forma de utilização comuns quando utilizados em vários dispositivos.



A gestão eficaz dos créditos de risco é outra das medidas a ter em conta no lançamento dos serviços móveis de terceira geração, já que, como lembra o responsável da AMS, o elevado custo dos serviços de dados expõe os operadores a um risco acrescido e agravado pelo facto de estarem a revender conteúdos de terceiros. O crédito e, consequentemente, a gestão do risco obriga à criação de estratégias sofisticadas de segmentação e tratamento dos clientes, defende.



Outra das questões relevantes quando pensamos no futuro do sector das telecomunicações é a retenção de clientes. "Os operadores que não detenham análises de dados para prever comportamentos e identificar os clientes de topo ficarão desprotegidos e incapazes de aumentar as vendas junto dos seus clientes e atrair novos clientes e fornecedores de conteúdo", salienta Brian Marshall, considerando que o roaming exemplifica o tipo de serviço de elevada exigência utilizado por clientes de topo.



Ao nível do negócio, os operadores terão que tomar medidas no sentido de reajustar os processos de modo a flexibilizar parcerias estratégicas e assegurar relações lucrativas com os clientes, defende Brian Marshall, concluindo que a infra-estrutura técnica que suporta esses processos deve ser também altamente flexível para que não constitua um impedimento ao fornecimento de melhores serviços.



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