A posição da associação está em linha com as preocupações que os operadores locais têm vindo a manifestar sobre o assunto nas suas ultimas intervenções públicas.

“A extinção das tarifas de roaming dentro do espaço europeu a partir de 2017, irá prejudicar os consumidores portugueses (e, em geral, os dos países do Sul da Europa), em favorecimento dos consumidores dos países do Norte que, tipicamente, viajam mais e têm perfis de consumo mais elevados”, defende a associação.

Numa nota sobre a decisão do Parlamento Europeu, que esta terça-feira deu luz verde à proposta que define o fim do roaming em 2017, a APRITEL explica que nos países com maior afluência turística o aumento acentuado do tráfego nos períodos de maior afluência ao país vão acontecer “sem que os operadores portugueses tenham a possibilidade de recuperar a totalidade dos custos associados tanto à ocupação da sua rede, como às necessidades de investimento para atender à procura acrescida”.

A consequência desta situação, admite a APRITEL, pode ser a necessidade de “um reequilíbrio dos preços domésticos, com transferência de bem-estar económico da generalidade dos consumidores para a relativa minoria que viaja e consome serviços de roaming”.

Na mesma nota, a APRITEL ainda sublinha que nos últimos anos os preços das comunicações em roaming têm descido consecutivamente e que introduzir agora mais esta medida, que elimina qualquer diferença entre preços das comunicações noutro país da UE e no próprio país “gerará distorções com impacto negativo, nomeadamente na diversidade, qualidade e níveis de preços na oferta dos serviços domésticos que são usados e valorizados pela generalidade da população”.

A associação também explica que a diferenciação tarifária entre as comunicações móveis domésticas e em roaming se justifica "devido à existência de custos específicos adicionais associados ao serviço de roaming", assim como a diferenças nos perfis de procura.

O Parlamento Europeu aprovou hoje o fim das tarifas de roaming, medida que vai entrar em vigor em 2017. No próximo ano os preços das comunicações móveis para os europeus que viajam dentro da região já ficam mais baixos.