A Câmara Municipal de Vouzela, no distrito de Viseu, está a pedir ao Governo que adie o desligamento do sinal analógico e reforce a cobertura da Televisão Digital Terrestre, para minorar o impacto negativo que prevê para a transição na data prevista (12 de janeiro).

Numa carta enviada ao ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, a autarquia explica que a mudança terá efeitos nefastos numa grande parte do município, devido à fraca cobertura da TDT na região, o que obrigará muitos munícipes a comprar um sistema de TDT por satélite, relata a TSF.

Segundo explicou à rádio o vice-presidente da autarquia, "42% do território não vai ter sinal ou terá um sinal muito fraco", o que configura uma "desigualdade", obrigando algumas pessoas a fazer um investimento entre os 100 e 170 euros.

Este valor representa um "esforço muito significativo" para pessoas com reformas baixas, destacou Rui Ladeira.

Na missiva enviada ao Executivo, a autarquia sugere, por isso, o alargamento dos prazos de substituição do sinal e a introdução de "novos sistemas para haver mais sinal" nas zonas periféricas. Outra das soluções propostas passa por garantir compensações para as populações mais desfavorecidas poderem comprar o equipamento necessário à receção do sinal.

Recorde-se, porém, que o programa de migração para a TDT já prevê a comparticipação de despesas a "cidadãos com necessidades especiais elegíveis, isto é, com grau de deficiência igual ou superior a 60%, famílias beneficiárias do rendimento social de inserção e reformados e pensionistas com rendimento inferior a 500 euros mensais", como se pode ler no site oficial da TDT.

Outro dos municípios incluídos no lote de regiões com o switch off marcado para daqui a duas semanas que gostaria de ver adiada a mudança é o de Monchique, no Algarve. A autarquia pediu à Anacom o adiamento do prazo para desligamento do sinal analógico e o reforço da cobertura com base nas mesmas razões: falta de cobertura em grande parte do território e o custo do sistema de TDT por satélite.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Joana M. Fernandes