Dentro em breve a utilização dos telemóveis a bordo de aviões será uma realidade com regras transversais a todos os Estados da União Europeia. Em causa está a implementação de um pacote de medidas aprovadas hoje pela Comissão Europeia com o objectivo de regular um conjunto de normas que levem ao desenvolvimento da oferta, de forma coordenada, em todos os 27 Estados.



Bruxelas já advertiu que vai vigiar as tarifas aplicadas a este tipo de serviços para que não se voltem a verificar os abusos cometidos por alguns operadores na cobrança de taxas de roaming.



Mesmo salientado o valor que este tipo de oferta trará aos cidadãos que, por motivos pessoais ou pessoais, passam bastante tempo em viagem, Viviane Reding alertou que "se a factura a pagar pelos consumidores for exorbitante, o serviço não arrancará".



Com as novas normas, as companhias áreas poderão autorizar a utilização do telemóvel assim que o avião atinja os 3 mil metros de altitude. As tarifas a aplicar são implementadas por cada operador e Bruxelas acredita que serão semelhantes aos preços que os utilizadores pagam quando fazem chamadas ou enviam SMS a partir de outros países.



Entre os requisitos exigidos pelo executivo comunitário destaca-se a necessidade das companhias áreas criarem normas que evitem o desconforto entre os utilizadores com a entrada do novo serviço num espaço tão reduzido e com tantos passageiros. Bruxelas acredita que cabe às empresas estabelecer as possíveis limitações do serviço recordando que podem desligar a oferta em certos períodos da viagem, como durante a noite, quando são atravessados espaços de turbulência, etc.



Os equipamentos a utilizar nas linhas áreas também deverão garantir que não são produzidas interferências com os sistemas de comunicação do próprio avião. Isto é possível graças à utilização de sistemas de comunicações a bordo que efectuam ligações à terra através de satélite.



Para facilitar a introdução deste serviço pan-europeu, a Comissão Europeia também aprova hoje uma recomendação onde pede às autoridades nacionais o reconhecimento mútuo das suas licenças de telefonia móvel em pleno voo. Isto permitirá que uma companhia europeia ofereça aos seus passageiros o acesso ao serviço quando sobrevoa outros países do continente que não o seu.



Bruxelas espera ainda que os países fora do espaço comunitário cedam as mesmas licenças para que a oferta seja possível fora da UE.



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