A Cisco Systems anunciou ontem que está a colaborar com 19 aeroportos europeus para instalar redes locais sem fios (WLAN) baseadas na linha de produtos Aironet da companhia norte-americana. Estas poderão disponibilizar acesso móvel seguro à Internet a alta-velocidade por parte de viajantes em trabalho, através dos seus computadores portáteis e PDAs.



A fabricante de routers e switches está a comercializar o seu pacote de produtos Mobile Office aos operadores de aeroportos europeus, de forma a obter uma nova fonte adicional de receitas. Dado não se tratarem de operadores de telecomunicações, a Cisco está a tentar facilitar a implementação de hotspots - locais públicos com WLANs - para estas companhias.



Deste modo, juntou aos seus produtos de ponto de acesso sem fios Aironet um conhunto de sistemas suplementares como Ethernet de longo alcançe (LRE), Building Broadband Service Manager (BBSM) e o seu software de redes virtuais privadas (VPNs).



Entre os aeroportos europeus que acordaram com a Cisco a utilização da sua tecnologia de hotspots, encontram-se o Aeroporto de Ataturk em Istanbul, na Turquia; o de Munique, que é o segundo maior terminal aéreo da Alemanha; e o aeroporto de Copenhaga, na Dinamarca. A empresa não divulgou, porém, a lista completa, para além de ainda não se saber se os hotspots baseados no pacote Mobile Office serão administrados pela própria empresa, pelos aeroportos ou por um terceiro operador.



Mas, segundo a filial portuguesa da Cisco, nenhum dos 19 aeroportos se situam em território português, sendo que os mais próximos de Portugal abrangidos nestes acordos são os de Linata em Milão, e de Fiumicino, em Roma, ambos em Itália.



O anúncio da Cisco foi efectuado três semanas antes da data prevista para a British Telecom lançar oficialmente a segunda maior rede WLAN pública comercial da Europa, e integra-se na recente tendência para um maior interesse pelos sistemas de hotspot que surgiram nos Estados Unidos e que recorrem ao padrão de tecnologia sem fios 802.11b para disponibilizar no local acesso à Internet a viajantes em trabalho.



Nos Estados Unidos, a experiência da Wayport, que mantém em funcionamento sistemas sem fios e de acesso com fios em nove aeroportos demonstrou que o acesso a WLANs públicas em terminais com muito tráfego é um dos principais impulsionadores da indústria de hotspots. A Wayport fez com que a sua taxa de ligação individual por trimestre aumentasse de 70 mil no primeiro trimestre de 2001 para 270 mil no último trimestre, em grande parte devido ao facto de se dedicar sobretudo a aeroportos e hóteis para viajantes em trabalho.



Também na Europa já começam a surgir outras operadoras de WLANs, como a Megabeam, que lutam para adquirir locais proeminentes em aeroportos e hotéis. A Megabeam afirma ter acordado com 3.300 locais relativos a estes sectores a instalação de hotspots e está já a dispinibilizar serviços de WLANs públicas em vários dos maiores aeroportos italianos.



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