A Comissão Nacional da Protecção de Dados (CNPD) decidiu aplicar à Optimus uma multa recorde na sequência do caso "Nuno Simas", um jornalista investigado ilegalmente pelos Serviços de Informação, que envolveu a colaboração de uma funcionária da operadora.

Segundo o jornal Expresso, a CNPD já terá enviado à Optimus a notificação sobre a deliberação relativa às coimas a aplicar, cujo valor poderá chegar aos 7,5 milhões de euros.

A decisão é justificada por "irregularidades na manutenção dos dados dos clientes, a possível ausência de mecanismos que permitam saber o nome dos funcionários que acederam a informação privada e a inexistência de regras que ocultem alguns dígitos dos números de telefone em certos departamentos da Optimus", avança o jornal.

Em reação ao noticiado, a operadora móvel do grupo Sonae diz que ainda não conhecia a existência da deliberação, lamentando "saber pela comunicação social do teor da decisão da CNPD".

A operadora tenciona "tomar uma posição firme" sobre o tema "quando dele tiver conhecimento".

A deliberação da CNPD ainda não é final, já que de momento será concedido um período de audição prévia à Optimus para que esta possa reagir relativamente aos fundamentos alegados pela comissão para a aplicação das coimas.

A confirmar-se, será a maior multa de sempre relacionada com a proteção de dados aplicada em Portugal.

Revelado pelo Expresso em setembro, o "caso Nuno Simas" denunciou uma investigação ilegal feita pelos serviços de informação portugueses ao telefone de um jornalista do Público. O acesso às chamadas realizadas por Nuno Simas entre julho e agosto de 2010 contou com a colaboração de uma funcionária da Optimus que era casada com um agente das secretas.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Patrícia Calé