A nota de abertura do 11º Congresso das
Comunicações, organizado pela APDC com o mote da "Odisseia nas Telecomunicações", coube a Luís
Ribeiro, presidente deste organismo, que começou
por salientar que para chegar até ao ponto onde
nos encontramos nas telecomunicações foi
necessário quebrar com a tradição de práticas
associativas de interesses específicos. Actualmente, segundo afirma, estamos num mercado
de abertura plena para quem desejar investir até
porque "Portugal não pode afastar-se da
Europa comunitária e permitir que países como a
Grécia nos ultrapassem".
António Nogueira Leite, que preside ao Congresso,
referiu que com o fenómeno da globalização houve
o surgimento de novos sectores económicos e uma
uniformização de gostos. As telecomunicações
exercem aqui um papel fundamental já que muitas
das transformações se devem à sua evolução
proporcionada pela democratização e massificação
do acesso à informação. E é aqui que se salienta
a liberalização deste sector e a concorrências
são factores essenciais ao progresso.
Durante o seu discurso Nogueira Leite referiu
também a importância do acesso a baixo custo à
informação, até porque o modo de vida tal qual o
conhecemos irá modificar-se com o crescimento das
comunicações celulares, e de práticas como o
teletrabalho ou até a telemedicina. A terceira
geração móvel não ficou esquecida e o Presidente
do 11º Congresso das comunicações acredita que os
terminais 3G farão com que as caixas multibanco,
por exemplo, desapareçam. Tudo passará a ser
feito através do terminal móvel, seja aceder à
serviços de geolocalização ou a uma repartição
pública.
Nogueira Leite não deixou, no entanto, de referir
a importância do Estado como regulador deste
sector, "a regulação especifica deste
sector é essencial para arbitrar a concorrência
entre os antigos monopolistas, as nova empresas e
os consumidores".
O Ministro do Equipamento Social, Ferro
Rodrigues, chamou a atenção de que, apesar do ano de
2000 ter sido de grande crescimento para à área
das telecomunicações, o ano de 2001 ter sido
apelidado como o "ano de todos os
perigos" e até o "ano do
silêncio". Na realidade este não foi um ano
fácil tanto em Portugal, como para o resto do
mundo afirmou. Todavia, o ministro deixou uma
nota de optimismo, salientando que no sector das
comunicações móveis, em apenas um ano, se passou
de 5 milhões de assinantes para 7 milhões o que
representa uma taxa de penetração de 70 por
cento, acima da média europeia.
O Congresso da APDC, que se iniciou esta manhã no Centro de Congressos da FIL, termina na quinta feira e quem não puder assistir ao vivo pode acompanhar a transmissão realizada pela Telepac no site especialmente criado para o efeito.
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